Após Molise e Friuli Veneza Giulia, é a vez do Vale de Aosta, menor e menos populosa região da Itália, fazer as vezes de laboratório da política nacional.
Com menos de 130 mil habitantes, esse pequeno território do extremo-norte do país, na tríplice fronteira com Suíça e França, vai às urnas neste domingo (20) para escolher seu novo governador e os 35 membros de seu conselho regional.
E, pela primeira vez, o país terá eleições após a conclusão do acordo entre o antissistema Movimento 5 Estrelas (M5S) e a ultranacionalista Liga, que estão a um passo de assumir o governo italiano.
No pleito legislativo de 4 de março, a votação no Vale de Aosta foi marcada por uma briga acirrada entre as quatro forças que agora disputam o controle da região: o M5S, a centro-direita (que inclui a Liga), a centro-esquerda (liderada pelo Partido Democrático) e partidos autonomistas da minoria linguística francesa.
Se essa divisão se repetir, nenhum grupo conseguirá maioria no legislativo regional, o que forçará a criação de um gabinete de coalizão, tal qual ocorre em nível nacional. A votação acontecerá das 7h às 22h (horário local), e a apuração só começará às 8h do dia seguinte.
Além disso, as eleições ocorrerão em meio a uma crise econômica e política que derrubou dois governadores do Vale de Aosta e atingiu em cheio os partidos autonomistas, tradicionalmente fortes na região.
"Temos o dever de mudar e de fazer uma grande faxina. Este é o exemplo de como alguns abusaram da autonomia para cuidar de negócios particulares", bradou o secretário da Liga, Matteo Salvini, durante um movimentado comício na semana passada.
Vale de Aosta é uma das cinco regiões italianas com estatuto especial, ou seja, com maior autonomia administrativa e financeira em relação a Roma, assim como Sicília, Sardenha, Friuli Veneza Giulia e Trentino-Alto Ádige.