A ex-primeira-dama Michelle Obama revelou nesta sexta-feira (9) ter sofrido um aborto espontâneo há 20 anos e apelado à fertilização in vitro para dar à luz duas filhas.
Durante entrevista exclusiva ao "Good Morning America", a norte-americana afirmou que, na época, se sentiu "perdida e sozinha" após a interrupção da gestação. "Eu senti que eu tinha falhado porque eu não sabia o quão comum eram abortos espontâneos, porque ninguém fala sobre eles", disse.
"Nós nos fechamos em nossa própria dor, pensando que, de alguma forma, estamos quebrados", acrescentou.
Segundo a esposa de Barack Obama, foi essa experiência que a fez entender como é "importante conversar com as jovens mães sobre o fato de que abortos espontâneos ocorrem". O assunto é um dos conteúdos expostos no livro de memórias da ex-primeira-dama "Becoming Michelle Obama" ("Tornando-me Michele Obama, em tradução livre), tema da entrevista. Ao conversar com o âncora Robin Roberts, Michelle, que trabalhou como advogado e administradora de um hospital, ressaltou que "sentiu um golpe entre os 34 e 35 anos de idade, quando se deu conta que "o relógio biológico se torna real" e a "produção de ovários é limitada". Por isso, ela revelou ter sido submetida à fertilização in vitro para conceber suas duas filhas. "Nós precisávamos fazer inseminação artificial", ressaltou a democrata, que é mãe de Malia, 20 anos, e Sasha, de 17.
A ex-primeira-dama, a única afro-americana na história de seu país, é reconhecida por seu trabalho em defesa das mulheres. Na entrevista, ela explicou que decidiu ser honesta sobre seu aborto espontâneo e sobre sua maternidade, a fim de ajudar outras mulheres. "Acho que a pior coisa que podemos fazer umas com as outras, como mulheres, é não compartilhar a verdade sobre nossos corpos e sobre como eles funcionam", destacou Michelle, que estudou nas universidades de Princeton e Harvard.
Em seu livro de memórias, Michelle faz um relato de sua vida, contando suas percepções pessoais desde a infância no sul de Chicago, passando pelos anos como estudante na Universidade de Princeton, até o seu caso de amor com Barack Obama, quem ela conheceu quando trabalhava no escritório de advocacia. "Assim que me permiti sentir algo por Barack, os sentimentos se precipitaram: uma explosão de luxúria, gratidão, satisfação, admiração", enfatizou. No entanto, ela também falou sobre os períodos mais sombrios de seu casamento, e revelou, pela primeira vez, que o casal procurou aconselhamento quando o relacionamento não estava bem.
"O aconselhamento matrimonial para nós foi uma das maneiras pelas quais aprendemos a expressar nossas diferenças", disse ela a Roberts. "Eu conheço muitos casais jovens que lutam e pensam que há algo de errado com eles de alguma forma", acrescentou.
Entretanto, Michelle deixou claro que ela e Obama têm um casamento fenomenal, se amam" e continuam a trabalhar na manutenção do relacionamento.
Na publicação, a ex-primeira-dama ainda relembra a angústia vivida durante a primeira campanha presidencial do marido, em 2007, além das falsas alegações de Donald Trump sobre a nacionalidade de Obama. A entrevista completa será transmitida pelo canal "ABC News", no próximo domingo, às 21h (horário local).