O presidente argentino Javier Milei esteve na fábrica da Tesla, em Austin (EUA), para visitar o bilionário Elon Musk. O conflito entre Musk e o ministro brasileiro Alexandre de Moraes, do STF, foi uma das pautas do encontro.
O presidente argentino Javier Milei se mostrou solidário a Elon Musk em relação ao que chamou de "conflito judiciário e político" envolvendo a rede social X (antigo Twitter) no território brasileiro. Em visita à fábrica da Tesla, em Austin, no Texas (EUA), nesta sexta-feira, 12, Milei não deixou de fora da sua pauta as recentes acusações de censura feitas por Musk contra o ministro brasileiro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
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"O presidente argentino ofereceu-lhe ajuda no conflito que a rede social X mantém no Brasil no âmbito do conflito judicial e político naquele País", diz trecho do comunicado publicado pelo governo argentino que detalha a visita de Milei a Musk.
Os dois compartilharam fotos juntos nesta sexta. Milei usou como legenda da imagem um de seus bordões mais usados durante as eleições presidenciais da Argentina: "Viva la libertad carajo!" ("Viva a liberdade, car*****", em português). O palavrão, que em português tem conotação mais forte e significado similar, já se tornou uma marca registrada de Milei.
VIVA LA LIBERTAD CARAJO...!!!
CC: @elonmusk pic.twitter.com/bkEIvtCwpy
— Javier Milei (@JMilei) April 12, 2024
Musk compartilhou duas fotos com Milei. Em uma delas, escreveu apenas: "Liberdade!". "Por um futuro emocionante e inspirador", disse em outra.
Conflito Musk x Moraes
Musk tem reclamado das decisões do STF, que tirou do ar perfis na rede social X, e chegou a afirmar que vai derrubar as restrições impostas pelo Judiciário do País.
"Como @alexandre se tornou o ditador do Brasil? Ele tem Lula em uma coleira", escreveu o empresário, na rede social, junto com um emoji de risada.
Antes disso, ele também tinha republicado uma declaração crítica a Moraes do deputado federal Marcel Van Hattem (Novo-RS). "A lei vale para todos, inclusive @alexandre. Ele deveria ser julgado por seus crimes", acrescentou Musk, comentando a fala do parlamentar.
Também disse que Moraes tirou "Lula da prisão" e influenciou na eleição, ecoando discurso de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e que, por isso, o atual mandatário não se opõe ao magistrado.
O caso gerou manifestações de autoridades brasileiras, que se dividiram entre quem saiu em defesa do ministro do STF e quem apoiasse a conduta do bilionário. Por sua vez, a Polícia Federal (PF) vai investigar se Elon Musk cometeu algum crime ao ameaçar descumprir as decisões e criticar o ministro.
O procedimento foi aberto por determinação do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, depois que o empresário prometeu reativar perfis bloqueados por determinação do STF e deu a entender que poderia encerrar as operações no Brasil por "princípios".
A PF vai analisar se as declarações do empresário podem ser enquadradas, por exemplo, como apologia ao crime.
A Polícia Federal também monitora os desdobramentos do caso. Elon Musk prometeu publicar decisões judiciais que determinaram o bloqueio de perfis no X, alegando que elas promovem censura, mas há determinações em sigilo. Uma eventual divulgação pode ser interpretada como vazamento indevido.
O bilionário declarou ainda que Alexandre de Moraes "deveria renunciar ou sofrer um impeachment". Em resposta, o ministro incluiu o empresário como investigado no inquérito das milícias digitais.