Após a Rússia começar o ataque contra diversas cidades ucranianas, milhares de cidadãos iniciaram uma fuga das grandes cidades e longas filas de carros foram vistas também na capital Kiev nesta quinta-feira (24).
As rotas de fuga são em direção a outros países do leste europeu e, segundo cálculos da União Europeia, mais de um milhão de pessoas podem chegar a essas nações nos próximos dias. Polônia, Romênia e Hungria já anunciaram planos para receber os ucranianos de maneira emergencial.
A capital também foi alvo de ataques, mas focados em aeroportos e estruturas militares. "Começou a guerra, precisamos de toda a ajuda possível. Ouço explosões em todo local e precisamos de ajuda", disse o arquiteto Anastasiya Menzhega, 25 anos, à ANSA.
As filas em postos de gasolina também estava intenso, assim como dentro dos transportes públicos. A fuga precisa ser estritamente por terra, já que o espaço aéreo ucraniano foi fechado durante a madrugada.
Quem não tem como fugir, faz uma corrida aos supermercados e às farmácias para comprar suprimentos. Longas filas também foram registradas nesses locais durante toda a manhã.
O presidente da ONG Soleterre, o italiano Damiano Rizzi, afirmou à ANSA que também já começam a serem registrados problemas nos atendimentos hospitalares. A instituição atende crianças com câncer e informou que os pacientes - tanto em Kiev como em outras cidades ucranianas - tiveram suas sessões de quimioterapia e radioterapia canceladas.
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"O principal problema é que muitos profissionais hoje não se apresentaram ao trabalho. Todos estão tentando deixar suas famílias seguras e isso afetou os hospitais. Tratam-se de pessoas que podem morrer. A guerra não para os tumores", apelou Rizzi.
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Tanques são vistos em território ucraniano
Foto: Reuters
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Tanques são vistos em território ucraniano
Foto: Reuters
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Tanques são vistos em território ucraniano
Foto: Reuters
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Tanques são vistos em território ucraniano
Foto: Reuters
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Protesto na Alemanha contra a guerra de Rússia e Ucrânia
Foto: Reuters
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Fumaça é vista em território ucraniano após bombardeio
Foto: Reuters
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Soldados da Otan de prontidão na Ucrânia
Foto: Reuters
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Soldado da Otan caminha em uma das trincheiras abertas para o conflito
Foto: Reuters
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Fila dos carros que tentam deixar Kiev
Foto: Reuters
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Tanquistas ucraniano se preparam para o conflito
Foto: Reuters
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Destroços após bombardeio em Kiev
Foto: Reuters
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Militares e civis demonstram apreensão diante do conflito na região
Foto: Reuters
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Equipes de resgate trabalham no local da quieda de uma aeronave das Forças Armadas da Ucrânia, que, de acordo com o Serviço de Emergência do Estado, foi abatido na região de Kiev, na Ucrânia
Foto: Equipes de resgate trabalham no local da quieda de uma aeronave das Forças Armadas da Ucrânia, que, de acordo com o Serviço de Emergência do Estado, foi abatido na região de Kiev, na Ucrânia
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Uma mulher abraça seu filho após cruzar a fronteira húngara-ucraniana, após o presidente russo Vladimir Putin autorizar operação militar
Foto: Bernadett Szabo
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Mulher chora ao participar de uma manifestação pró-ucraniana realizada perto de Downing Street, em Londres
Foto: Peter Cziborra
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Pessoas se reúnem em uma rodoviária enquanto tentam deixar a cidade de Kiev, na Ucrânia
Foto: Volodymyr Petrov
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Pessoas acenam enquanto um caminhão militar do Exército russo com a letra 'Z' circula por uma rua, depois que o presidente russo, Vladimir Putin, autorizou uma operação militar no leste da Ucrânia, na cidade de Armyansk, na Crimeia
Foto: Reuters
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Mulher chora durante um protesto em Moscou, Rússia, que repudia a ação militar russa contra a Ucrânia
Foto: Evgenia Novozhenina
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Uma mulher é vista pela janela quebrada de sua casa, que, segundo os moradores, foi danificado por bombardeios recentes na cidade controlada pelos separatistas de Yasynuvata (Yasinovataya) na região de Donetsk, Ucrânia
Foto: Umit Bektas
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O bebê, cuja família acabou de fugir da violência na Ucrânia, é colocado em um ônibus para ser transportado para longe da fronteira, em Medyka, Polônia
Foto: Bryan Woolston
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Criança passa por um prédio, que, segundo os moradores, foi danificado por bombardeios recentes na cidade controlada pelos separatistas de Yasynuvata (Yasinovataya) na região de Donetsk, Ucrânia
Foto: Alexander Ermochenko
O italiano ainda informou que seis crianças atendidas pela ONG e seus familiares foram levados para o refúgio contra bombas de um hospital de Kiev. "A guerra adiciona mais problemas a situações já bastante complexas. O medo hoje impede de cuidar quem tem necessidade de terapias imediatas e que, se não morrerem por bombas, podem morrer por tumores", acrescentou.
Até o momento, os moradores da capital relatam ter ouvido a maior quantidade de explosões em Kiev perto da hora do amanhecer, mas o temor é que o ataque se intensifique.
O presidente do país, Volodymyr Zelensky, fez um apelo para que quem ficar e se sentir "apto" deve "pegar em armas" para defender a Ucrânia. Ele também fez um pedido para que os ucranianos doem sangue para ajudar as dezenas - e talvez centenas - de feridos nos ataques. Até o momento, Kiev confirmou cerca de 50 mortes - sendo 10 civis.