Milhares de estudantes vão às ruas nesta sexta-feira (15) em cerca de 150 países para protestar contra as mudanças climáticas, em um ato liderado pela adolescente sueca Greta Thunberg, de 16 anos, que foi indicada ontem (14) para o Prêmio Nobel da Paz de 2019.
A Greve da Juventude pelo Clima é uma iniciativa inspirada no protesto feito pela jovem ativista em frente ao parlamento sueco. A manifestação é considerada por ativistas uma das maiores mobilizações pelo clima já vista, inclusive políticos renomados estão apoiando a causa. O chefe da Anistia Internacional, Kumi Naidoo, chegou a afirmar que a atitude das crianças constrange os líderes políticos. "Não há mais tempo, até os adultos devem agir", diz Greta apelando aos colegas: "Vamos todos nos mobilizar para uma mudança real".
Diversos países já registraram a movimentação dos estudantes. Na Austrália e Nova Zelândia, pelo menos 50 cidades foram mobilizadas. Já na Itália, os jovens ocupam 182 praças de várias cidades do país europeu. Na capital italiana, os estudantes vão realizar marchas a pé e com bicicletas. Uma passeata está programada para partir do Coliseu em direção à piazza Madonna di Loreto, próximo da piazza Venezia. Apenas um adulto, o geólogo Mario Tozzi, discursará no evento.
Logo depois, sete intervenções de alunos do ensino fundamental, médio e universitário, com idades entre 9 e 24 anos, serão realizadas. Em Milão, os jovens ativistas atravessarão a cidade com uma passeata até a piazza della Scala, em frente à Prefeitura da cidade. A manifestação inclui grupos ambientais como o Greenpeace.
O Brasil também está entre as nações que aderiram o movimento.
Ao todo, 19 municípios participam da "Greve pelo Futuro", como o ato está sendo chamado no território brasileiro. Na capital paulista, a mobilização foi convocada no Museu de Arte de São Paulo. Já no Rio de Janeiro, a passeata ocorrerá em frente à Assembleia Legislativa (Alerj). Belo Horizonte, Salvador, Goiânia, Brasília e Florianópolis também participam do protesto. Com a hashtag #FridaysForFuture ("Sextas para o Futuro", em tradução livre), o ato tem como objetivo exigir a adoção de medidas contra as mudanças climáticas por governos e empresários. A atitude ganhou repercussão no mundo todo em agosto de 2018, depois que Greta faltou a escola durante três semanas para protestar pelo cumprimento do Acordo de Paris sobre o Clima. Após ganhar visibilidade, a mobilização se espalhou por diversas cidades do planeta.