Milhares de venezuelanos passaram por cima de barricadas que bloqueavam a fronteira do país com a Colômbia nesta terça-feira, de acordo com a agência de migração de Bogotá, que advertiu o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, de que ele será responsabilizado por qualquer problema que possa ocorrer na região.
Em fevereiro, Maduro bloqueou as pontes que ligam os dois países em uma tentativa de conter um movimento para distribuir, com apoio dos Estados Unidos, toneladas de auxílio humanitário ao país abalado pela crise.
Com as pontes bloqueadas por contêineres e caminhões, venezuelanos têm atravessado o rio Táchira para chegar à cidade de Cúcuta, na fronteira norte da Colômbia, para encontrar comida, medicamentos e trabalho. Entretanto, chuvas torrenciais nos últimos dias tornaram esse caminho impossível.
"O usurpador Maduro é responsável por qualquer coisa que possa acontecer com a população que está transitando entre os dois países", disse Christian Kruger, chefe da agência de migração da Colômbia, chamando atenção para o risco da ponte Simón Bolívar ser enfraquecida.
Milhões de venezuelanos fugiram para a Colômbia para escapar da ampla escassez de comida e medicamentos que afeta sua terra natal, buscando empregos locais ou passagem para outros países da América Latina.
A Venezuela mergulhou em uma profunda crise política em janeiro, quando Juan Guaidó, líder do Congresso controlado pela oposição, invocou a Constituição para reivindicar a Presidência interina do país, afirmando que a reeleição de Nicolás Maduro em 2018 foi ilegítima.