Um alto comandante da Guarda Revolucionária do Irã afirmou neste sábado, 11, que soube que um míssil tinha derrubado um avião ucraniano no mesmo dia do acidente e que assumia total responsabilidade pela queda, dizendo que sua força agiu por engano diante de um alerta para "guerra total".
O Irã negou por dias que um míssil tivesse atingido o Boeing 737-800 na quarta-feira, 8, pouco depois de decolar de Teerã a caminho de Kiev, mas reconheceu a responsabilidade neste sábado. Todas as 176 pessoas a bordo da aeronave morreram.
"Eu gostaria de poder morrer e não testemunhar um acidente assim", disse o chefe da divisão aeroespacial da Guarda, Amirali Hajizadeh, à televisão estatal.
O avião caiu pouco depois que o Irã lançou ataques com mísseis contra alvos dos Estados Unidos no Iraque em retaliação pelo assassinato de Qassem Soleimani, comandante da Força Quds da Guarda, pelos EUA no Iraque. O Irã esperava represálias dos EUA.
"Naquela noite, estávamos preparados para uma guerra total", disse Hajizadeh, acrescentando que as unidades de defesa aérea estavam em alerta máximo e que uma camada extra de defesas havia sido instalada em Teerã.
O comandante afirmou que a Guarda solicitou que voos comerciais fossem interrompidos, mas disse que os pedidos não foram atendidos. Ele acrescentou ter sido informado sobre o ataque com mísseis ao avião de passageiros ucraniano na quarta-feira.