Militares israelenses fazem operação na Cisjordânia; quatro palestinos são mortos

21 jan 2025 - 10h37

As forças de segurança israelenses, apoiadas por helicópteros, invadiram a volátil cidade de Jenin, na Cisjordânia, nesta terça-feira, matando pelo menos quatro palestinos no que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu chamou de "operação militar significativa e em larga escala".

A ação, lançada um dia depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou que estava suspendendo as sanções contra violentos colonos israelenses que atacaram vilas palestinas, foi anunciada por Netanyahu como uma nova ofensiva contra grupos militantes apoiados pelo Irã.

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"Estamos agindo de forma sistemática e resoluta contra o eixo iraniano onde quer que ele estenda suas armas -- em Gaza, Líbano, Síria, Iêmen e na Judeia e Samaria", disse Netanyahu. Judeia e Samaria são termos que Israel usa para designar a Cisjordânia ocupada.

As Forças Armadas disseram que soldados, polícia e serviços de inteligência iniciaram uma ação antiterrorista em Jenin. Isso ocorre após uma operação de semanas das forças de segurança palestinas para reafirmar o controle no campo de refugiados adjacente, um importante centro de grupos militantes armados, incluindo o Hamas e a Jihad Islâmica.

Quando a operação começou, as forças palestinas se retiraram do campo de refugiados e o som de tiros pesados pôde ser ouvido em imagens de celulares compartilhadas nas redes sociais.

Os serviços de saúde palestinos disseram que pelo menos quatro palestinos foram mortos e 35 ficaram feridos no início da ofensiva israelense.

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A ação em Jenin, onde o Exército israelense realizou vários ataques e incursões em grande escala nos últimos anos, ocorre apenas dois dias após o início de um cessar-fogo em Gaza e ressalta a ameaça de mais violência na Cisjordânia.

Na semana passada, um ataque aéreo israelense no campo de refugiados de Jenin matou pelo menos três palestinos e feriu muitos outros.

O ministro das Finanças Bezalel Smotrich, linha dura pró-colonos, que é responsável por grande parte da política israelense na Cisjordânia, disse que a operação foi o início de uma "campanha forte e contínua" contra grupos militantes "para a proteção de assentamentos e colonos".

Cerca de 700.000 colonos israelenses vivem entre 2,7 milhões de palestinos na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, terras que Israel conquistou em 1967. A maioria dos países considera ilegais os assentamentos israelenses em território tomado em guerra. Israel contesta isso, citando laços históricos e bíblicos com a terra.

A Autoridade Palestina, reconhecida internacionalmente, tem autodomínio limitado sobre alguns territórios da Cisjordânia sob ocupação militar israelense.

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