Faleceu no fim desta sexta-feira (17), aos 80 anos, o congressista e ativista do movimento negro, John Lewis, informou a família. O norte-americano lutava contra um câncer no pâncreas e tinha se afastado do trabalho legislativo há alguns meses para tratar a doença.
Lewis é considerado um dos pioneiros na luta pelos direitos civis nos Estados Unidos e era um dos últimos ativistas negros da época de Martin Luther King. A missão de levar mais justiça e igualdade foi seu guia até o fim da vida, tendo feito até mesmo uma aparição pública em junho, durante um ato antirracista que protestava contra a morte do ex-segurança George Floyd, em Washington.
Em nota oficial, a Câmara dos Representantes lamentou a morte do ativista, dizendo que o país "hoje chora a perda de um dos maiores heróis de sua história". "John Lewis era um titã do movimento pelos direitos civis, cuja bondade, fé e bravura transformaram nossa nação - desde a determinação com que ele enfrentou a discriminação nos balcões de almoço até a coragem que ele demonstrou quando jovem, enfrentando a violência. Ele trouxe liderança moral ao Congresso por mais de 30 anos", disse a presidente da Casa, Nancy Pelosi.
A líder ainda lembrou que Lewis era tão "reverenciado" que tinha respeito e admiração de todos os congressistas, sejam republicanos ou democratas.
Quem também se manifestou, através das redes sociais, foi o ex-presidente do país Barack Obama, que lembrou que Lewis "amava tanto o seu país que arriscou a sua vida e o seu sangue para estar à altura de suas promessas".
"Nas últimas décadas, não apenas deu tudo de si mesmo pela causa da liberdade e da justiça, mas inspirou gerações que buscaram seguir seu exemplo", afirmou ainda Obama.
Apesar dos embates constantes com o atual mandatário norte-americano, Donald Trump, a Casa Branca emitiu um comunicado em que lamenta a perda "do ícone dos direitos civis", que combateu as discriminações sofridas pelos negros nos Estados Unidos, mas lembra que Lewis deixou uma "herança duradoura".