O Ministério Público de Milão abriu nesta segunda-feira (13) um inquérito por "epidemia culposa", quando não há intenção de cometer o crime, após ter sido acionado por uma entidade de defesa dos direitos do consumidor sobre o papel da Organização Mundial da Saúde (OMS) na difusão do novo coronavírus.
O "esposto" - figura jurídica italiana que não chega a ser uma denúncia e que pede para o MP apurar um possível delito - foi impetrado pela associação Codacons, que assinalou "erros, contradições, omissões e atrasos por parte da OMS na gestão da pandemia".
"Quem tinha a tarefa e a obrigação de fornecer informações precisas, tempestivas e independentes para dar importantes recomendações e tomar decisões sobre a saúde pública, ou seja, a OMS, na pessoa do diretor Tedros Adhanom Ghebreyesus, pode ter tido possíveis responsabilidades, contribuindo para a difusão da epidemia em sua origem, impedindo de salvar milhares de vidas e criando danos econômicos em todo o mundo", diz a Codacons.
De acordo com a entidade, as autoridades italianas "confiaram totalmente" na OMS e, "de alguma maneira, podem ter sofrido as consequências desse modus operandi". "Não excluímos ações de ressarcimento se emergirem eventuais ilícitos", declarou o presidente da Codacons, Carlo Rienzi.
Até o momento, o inquérito é contra "desconhecidos", ou seja, não tem ninguém no rol de investigados.