Uma mulher de 51 anos foi presa no Japão após ligar 2.761 vezes para o Corpo de Bombeiros local, alegando estar se sentindo sozinha. Niroko Hatagami foi detida em Matsudo, na província de Chiba, a leste de Tóquio, na última quinta-feira (17).
Segundo informações do jornal britânico Metro, que teve acesso ao caso, Hatagami teria passado aproximadamente dois anos e nove meses repetindo as ligações para as autoridades japonesas.
No período em que realizava as falsas ligações de emergência, ela alegava às autoridades japonesas dores de estômago, no corpo e até mesmo overdose de drogas. Quando os serviços locais chegavam, porém, ela recusava ajuda médica, negando não ter realizado as ligações.
Segundo a imprensa local, após ser descoberta, Noriko admitiu à polícia que realizava as ligações porque se sentia sozinha e precisava de alguém para conversar.
No Japão, existem diversos aparatos tecnológicos que tentam “suprir” a necessidade do contato humano. A "cadeira do abraço", por exemplo, tem como objetivo principal “combater a solidão”.
Antes mesmo da pandemia da covid-19, após realizar uma visita em Tóquio, o papa Francisco fez apelo contra a solidão entre os jovens japoneses e os aconselhou a não se isolarem dos amigos e da sociedade.
Segundo o governo japonês, pelo menos meio milhão de pessoas vivem sem sair de seus quartos. No país, essas pessoas são conhecidas como "hikikomori" - O termo hikikomori se refere tanto à condição quanto às pessoas que são afetadas por ela, aquelas que vivem 'isoladas do mundo', na prática, são pessoas solitárias que se afastam de todo o contato social e, muitas vezes, ficam anos sem sair de casa.
Segundo pesquisa realizada com a população japonesa e conduzida pelo governo nipônico, após a pandemia, quase 1,5 milhão de pessoas no Japão passaram a sofrer de solidão aguda devido ao isolamento social.