Mulheres sauditas devem poder escolher se querem vestir abayas, diz príncipe

19 mar 2018 - 09h20
(atualizado às 10h29)

Mulheres na Arábia Saudita não precisam cobrir suas cabeças com lenços ou usar o traje conhecido como abaya --vestidos largos e compridos simbólicos da devoção islâmica-- desde que suas roupas sejam "decentes e respeitosas", disse o reformista príncipe herdeiro do reino.

Com a ascensão ao poder do jovem príncipe Mohammad bin Salman, a Arábia Saudita tem visto uma expansão nos direito das mulheres incluindo a decisão de permitir a presença de mulheres em eventos esportivos mistos e o direito de dirigir carros.

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As mudanças têm sido vistas como prova de uma nova tendência progressista para a modernização do profundamente conservador reino muçulmano, embora a nação continue sendo criticada pelas contínuas limitações que impõe a mulheres.

"As leis são muito claras e é estipulado nas leis da sharia (lei islâmica): que mulheres usem roupas decentes e respeitosas, como os homens", disse o príncipe Mohammed em entrevista à emissora CBS, transmitida na noite de domingo.

"Isso, entretanto, não especifica particularmente uma abaya preta ou um lenço preto para a cabeça. Essa decisão é deixada inteiramente às mulheres para decidir qual tipo de roupa decente e respeitosa ela escolhe usar."

Permanece incerto se essas declarações sinalizam uma mudança na imposição do código de vestimenta feminino no reino. A Arábia Saudita não tem nenhum código legal escrito para acompanhar os textos da sharia e a polícia e o Judiciário têm, há muito tempo, imposto um rígido código de vestimentas, exigindo que mulheres sauditas usem abayas e, em muitos casos, cubram seus cabelos e rostos.

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