Um dia após a tentativa de assassinato de Cristina Kirchner, uma multidão saiu às ruas de Buenos Aires nesta sexta-feira (2) em apoio à vice-presidente da Argentina e em defesa da democracia.
Organizações políticas, sindicais e sociais, além de milhares de cidadãos, se reuniram na capital do país, após o presidente Alberto Fernández decretar feriado nacional para que "o povo argentino consiga se expressar".
Os primeiros manifestantes chegaram em frente à Casa Rosada, sede do Executivo, por volta das 10h (horário local), onde penduraram bandeiras em apoio à vice-presidente. Sob o lema "Com a bandeira para defender a democracia", o protesto é promovido pela coligação governamental Frente de Todos (FdT).
A maioria das pessoas iniciou a passeata no cruzamento da Avenida de Mayo com a Avenida 9 de Julio, para marchar em direção à Plaza de Mayo.
De acordo com o gabinete da Presidência argentina, membros do governo também se juntarão à mobilização, além dos sindicatos, grupos de representação estudantil e diversos partidos e movimentos políticos.
Mais cedo, o Executivo analisou o estado de tensão social que o país vive na sequência da agressão, e Fernández convocou representantes dos setores sindical, social e empresarial para ir até a Casa Rosada nesta tarde "para construir um amplo consenso contra o discurso de ódio e a violência".
Já a presidente da Câmara da Argentina, Cecilia Moreau, informou que uma sessão especial do órgão foi convocada com o mesmo objetivo para o próximo sábado (3), no Congresso Nacional.
Além do ato concentrado no centro de Buenos Aires, outros pontos da capital também registraram manifestações isoladas contra o episódio de violência ocorrido na noite da última quinta-feira (1º), quando o brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos, tentou assassinar a política argentina.
Cristina estava cumprimentando apoiadores na frente de sua casa em Buenos Aires no momento em que o criminoso colocou uma arma em sua cabeça, mas a pistola falhou na hora do disparo. Montiel, que vive na Argentina desde 1993 e já tinha passagem pela polícia em 2021 por porte de arma não convencional, foi detido.