Ela deveria ser uma das ruas mais elegantes do mundo: um quilômetro de butiques, restaurantes, cafés nas calçadas e lojas de grife disputando a atenção dos turistas. Mas nesta segunda-feira, a Champs Elysées mais parecia um canteiro de obras.
No 18º sábado de protestos contra o presidente francês, Emmanuel Macron, e suas políticas, o movimento francês dos "coletes amarelos" teve como alvo a avenida ladeada por árvores que começa no Arco do Triunfo, depredando bancos, roubando restaurantes, queimando bancas de jornal e saqueando lojas de luxo.
Da GAP à fabricante de artigos de couro Longchamp, da Levis à padaria de alta classe Ladurée, um grupo de manifestantes radicais atirou pedras em vitrines, pichou muros, ateou fogo em meia dúzia de bancas de jornal e no famoso restaurante Fouquet's durante um tumulto de destruição.
Seja a loja da Disney, Samsung, Tissot, Zara ou Dior, poucos grandes varejistas escaparam da depredação, que também vitimou um cinema, uma loja Hugo Boss, um café da Renault, um escritório da Iran Air e bancos da Société Générale ao HSBC.
Entre os que ficaram ilesos, talvez graças às grandes placas de madeira instaladas depois de episódios anteriores de vandalismo, estavam a loja da Apple, da Tiffany & Co. e da Louis Vuitton.
Carpinteiros cortavam madeira para cobrir vitrines destruídas na manhã desta segunda-feira, e painéis de vidro estavam sendo trocados em alguns pontos de ônibus e fachadas de lojas, mas vários trechos da ampla avenida continuavam caóticos - era possível sentir cheiro de papel queimado e ver pedaços de metal pendendo das carcaças incineradas de bancas de jornal.
"Está meio bagunçado", disse Michael Bilaniuk, turista de Ontário, no Canadá, que disse ter ido diretamente a Champs Elysées para ver o cenário ao chegar à França, ciente de que os "coletes amarelos" tinham estado em ação.