Na ONU pela última vez, Biden tenta acalmar tensão no Oriente Médio

24 set 2024 - 12h56

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, falou aos líderes mundiais na ONU pela última vez nesta terça-feira, declarando que a guerra da Rússia na Ucrânia fracassou e que uma solução diplomática entre Israel e o Hezbollah, do Líbano, ainda é possível.

Faltando quatro meses para o fim de seu mandato, Biden subiu ao púlpito de mármore verde na Assembleia Geral da ONU com as guerras na Ucrânia, na Faixa de Gaza e no Sudão ainda em andamento -- e provavelmente com duração maior do que seu mandato, que termina em janeiro.

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Ele procurou acalmar as tensões sobre a guerra de quase um ano entre Israel e os militantes palestinos do Hamas na Faixa de Gaza sitiada, que agora ameaça engolfar o Líbano, onde Israel atingiu mais de mil alvos do Hezbollah na segunda-feira.

"A guerra em grande escala não é do interesse de ninguém, mesmo que a situação tenha se agravado, uma solução diplomática ainda é possível", disse Biden à Assembleia Geral da ONU, composta por 193 membros.

Sob uma salva de palmas, Biden pediu a Israel e ao Hamas que finalizassem os termos de um acordo de cessar-fogo em Gaza e de libertação de reféns apresentado por EUA, Catar e Egito.

O governo de Biden também foi dominada pela invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022. O presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskiy, estava no salão da assembleia para ouvir Biden falar e enfatizar o apoio dos EUA ao seu país.

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"A boa notícia é que a guerra de Putin fracassou em seu objetivo principal. Ele se propôs a destruir a Ucrânia, mas a Ucrânia ainda é livre", disse Biden.

"Não podemos nos cansar, não podemos desviar o olhar e não deixaremos de apoiar a Ucrânia, não até que a Ucrânia vença com uma paz justa e duradoura", afirmou.

A Rússia controla pouco menos de um quinto da Ucrânia, incluindo cerca de 80% da área de Donbas. As forças russas começaram a invadir a cidade de Vuhledar, no leste da Ucrânia, uma fortaleza que resistiu ao ataque russo desde o início da guerra, de acordo com blogueiros de guerra russos e a imprensa estatal.

Biden deve ouvir Zelenskiy sobre um novo plano de paz ucraniano quando eles se encontrarem em Washington na próxima quinta-feira. Uma autoridade dos EUA disse que o plano é provavelmente muito parecido com os anteriores, que pedem mais armamento e apoio para a luta da Ucrânia.

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O combate à China e ao Irã, que apoia tanto o Hamas quanto o Hezbollah, tem consumido grande parte do tempo do presidente.

Biden disse nesta terça-feira que o progresso em direção à paz no Oriente Médio colocaria o mundo em uma posição mais forte para lidar "com a ameaça contínua representada pelo Irã"

"Juntos, devemos negar oxigênio a seus representantes terroristas... e garantir que o Irã nunca, jamais, obtenha uma arma nuclear", disse.

Ele disse que os Estados Unidos estão tentando administrar de forma responsável a concorrência com a China para que ela não se transforme em conflito.

"Estamos prontos para cooperar em desafios urgentes", disse. "Recentemente, retomamos a cooperação com a China para interromper o fluxo de narcóticos sintéticos mortais. Agradeço a colaboração. Ela é importante para as pessoas do meu país e de muitos outros ao redor do mundo."

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Biden também tinha palavras fortes para os líderes das partes beligerantes do Sudão: "Acabem com essa guerra agora".

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