Em uma dura mensagem pelo Dia Mundial do Meio Ambiente, celebrado em todo o mundo neste dia 5 de junho, o papa Francisco afirmou que "ninguém pode ser saudável em um mundo doente".
"Proteger o ambiente e respeitar a biodiversidade do planeta são questões que atingem a todos nós. As feridas causadas na nossa mãe terra são feridas que sangram em todos nós", escreveu o Pontífice em uma carta enviada ao presidente da Colômbia, Ivan Duque Márquez, país anfitrião do encontro mundial pela data organizado pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma). O evento está sendo celebrado virtualmente por conta da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) e tem como foco a biodiversidade do mundo. Segundo Jorge Mario Bergoglio, "não podemos ficar quietos" perante aos "enormes custos da destruição e da exploração do ecossistema" em todos os lugares. "Não é o momento de continuar virando para o outro lado, indiferentes aos sinais do nosso planeta que é saqueado e violado pela avidez pelo lucro e muito em nome do progresso", condenou ainda.
Francisco aponta que a humanidade tem a possibilidade de "inverter a rota" e buscar viver em um mundo "melhor e mais saudável" para deixá-lo em condições melhores para as futuras gerações. "Tudo depende de nós se nós quisermos de verdade", pontuou o líder católico.
Lembrando da encíclica Laudato si' (Louvado Seja), a primeira publicada pelo Papa em 2015 e que focava especificamente na relação entre as pessoas e a natureza e a preservação da mãe terra, e do ano especial da Igreja Católica instituído para refletir sobre o tema, Jorge Mario Bergoglio afirmou que "todos juntos podemos nos tornar mais conscientes dos cuidados e da proteção da nossa casa comum, assim como dos nossos irmãos e irmãs mais frágeis e descartados pela sociedade".
"Desejo um mundo sempre mais habitável e uma sociedade mais humana, na qual todos tenhamos um lugar e que ninguém seja deixado para trás", finalizou Francisco.
O tema do meio ambiente é muito caro a Bergoglio que, sempre que pode, lembra da importância de combater a cultura do descarte, que destrói a natureza e marginaliza os mais frágeis da sociedade moderna.