O primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, voltou a defender as decisões de seu governo durante o ápice da pandemia do novo coronavírus (Sars-CoV-2) em discurso proferido na assembleia da Confederação Geral da Indústria Italiana (Confindustria) nesta terça-feira (29).
"Na Itália, entendemos imediatamente que teria sido impossível resolver o problema de proteger o tecido produtivo negligenciando a saúde das pessoas. Nós entendemos isso desde quando os trabalhadores se negaram a entrar nas fábricas, e nem estávamos no lockdown. Nós entendemos um princípio fundamental: não se pode proteger a economia sem proteger a saúde e a segurança dos cidadãos", disse aos presentes.
O premier disse ainda que "todos podem fazer uma análise individual" das ações adotadas durante os últimos meses para enfrentar a crise sanitária da Covid-19, mas que ele considera "que o governo conseguiu atenuar o impacto da emergência com uma mobilização de recursos que não tem precedentes".
Conte voltou a defender o programa de recuperação proposto pelo governo para o período pós-lockdown e para a retomada do crescimento, mas pediu que todos devem "trabalhar juntos" para superar esse "desafio enorme" que se apresenta atualmente. O premier ainda detalhou partes do projeto e das reformas que pretende fazer à frente do governo para dar mais "transparência" ao processo.
O presidente da Confindustria, Carlo Bonomi, elogiou a "abertura" dada por Conte para debater os caminhos para a retomada e para o fortalecimento da indústria nacional e propôs um "novo grande pacto pela Itália" para "conseguirmos ter uma nova produtividade".
Para isso, Bonomi entregou ao premier e aos demais representantes do governo que estavam no evento um documento com 385 páginas de propostas para a retomada. Chamado de "A coragem do futuro - Itália 2030-2050", os textos detalham "a nossa visão de país e estão descritas detalhadamente todas as propostas e medidas" que fizemos.
A Itália viveu um período de lockdown total dos serviços não essenciais entre 10 de março e o mês de maio. Desde então, a reabertura gradual acabou resultando em mais casos do novo coronavírus, mas em quantidades consideradas bastante controladas - especialmente, se for comparado com os países vizinhos. .