O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quarta-feira (4) que não idolatra seu colega dos Estados Unidos, Donald Trump, que anunciou sobretaxas alfandegárias contra o aço e o alumínio brasileiros por conta da desvalorização do real. Em conversa com jornalistas no Palácio da Alvorada, Bolsonaro também negou que o governo esteja "aumentando artificialmente" a cotação do dólar e disse que a alta da moeda americana é fruto da guerra comercial entre EUA e China.
"Nós não queremos aqui aumentar artificialmente, não estamos aumentando artificialmente o preço do dólar", afirmou o presidente. Bolsonaro ressaltou em seguida que "acredita" em Trump, mas não tem "idolatria por ninguém". "Não vou falar amizade, não frequento a casa dele nem ele a minha, mas temos um acordo, com contato bastante cordial", disse, acrescentando que "não é porque um amigo falou grosso" que ele vai "dar as costas".
Desde que assumiu o governo, Bolsonaro tem adotado uma política de alinhamento automático com Trump, mas até agora o Brasil viu poucos benefícios dessa aproximação, embora já tenha feito concessões, como a isenção de vistos para turistas americanos e o acesso à base de lançamento de foguetes de Alcântara (MA).
A Casa Branca, por sua vez, designou o Brasil como "aliado extra-OTAN", mas ainda não formalizou seu apoio à entrada do país na Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Para Trump, tanto o Brasil quanto a Argentina desvalorizaram suas moedas artificialmente, o que teria prejudicado agricultores e a indústria dos EUA.