Rachele Mussolini, neta do fascista Benito Mussolini (1883-1945), foi a candidata mais votada para a Câmara Municipal de Roma nas eleições de 3 e 4 de outubro. Postulante pelo partido de extrema direita Irmãos da Itália (FdI), legenda que conta com a simpatia de militantes neofascistas, Rachele obteve 6.522 votos, de acordo com o jornal romano Il Messaggero, e se reelegeu vereadora - cargo na Câmara que ocupa desde 2016.
A candidata se beneficiou do sucesso do FdI, que obteve 17,42% dos votos nas eleições para vereador, tornando-se o partido mais popular de Roma. Rachele é filha do pintor e pianista Romano Mussolini (1927-2006), quarto herdeiro de Benito Mussolini e Rachele Guidi.
Ela também é meia-irmã da Alessandra Mussolini, que foi senadora, deputada e eurodeputada por partidos de direita, mas que hoje se apresenta como alguém "de esquerda" e defende causas progressistas, como a criminalização da homofobia e da transfobia.
Já Rachele segue ligada à extrema direita e, ao ser questionada sobre seu avô, diz que o fascismo "deve ser entregue à história". Seu partido, o FdI, já aparece na liderança das pesquisas de âmbito nacional e está à direita até da Liga, legenda ultranacionalista de Matteo Salvini, que nos últimos anos havia nadado de braçada na preferência do eleitorado.
Comandado pela popular deputada Giorgia Meloni, o FdI é anti-imigração, eurocético e contra a exigência de certificado sanitário anti-Covid. Além disso, seu símbolo incorpora a chama tricolor, imagem que fazia parte do emblema da extinta legenda neofascista Movimento Social Italiano (MSI).
No segundo turno em Roma, tanto o FdI quanto a Liga apoiam o advogado e locutor de rádio Enrico Michetti, que recebeu 30,14% dos votos nas eleições de 3 e 4 de outubro. No entanto, seu adversário, o social-democrata Roberto Gualtieri (27,03%), ex-ministro da Economia, é considerado favorito à vitória. O segundo turno está marcado para 17 e 18 de outubro.