O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse nesta terça-feira (26/11) que seu gabinete de segurança aprovará um acordo de cessar-fogo para acabar com os combates com o grupo Hezbollah no Líbano.
Pelo acordo, segundo Netanyahu, qualquer tentativa de o Hezbollah se rearmar seria uma violação do trato, e que Israel "responderá severamente" caso isso aconteça.
O conflito tem sido devastador para o Líbano, onde há mais de 3,8 mil mortos, 15 mil feridos e 1 milhão de residentes deslocados.
O líder israelense disse que alguns aliados o alertaram de que o cessar-fogo significa que Israel não poderá voltar a entrar no Líbano, caso necessário.
Em seu discurso, Netanyahu disse que o Hezbollah não é mais o mesmo, acrescentando que o exército de Israel matou seus comandantes.
Israel também destruiu a infraestrutura do Hezbollah e "atingiu grandes alvos", acrescentou o primeiro-ministro.
Haverá um cessar-fogo imediato de 60 dias, durante o qual as forças israelenses e a presença armada do Hezbollah serão retiradas do sul do Líbano, conforme relatado pela CBS News, parceira da BBC nos EUA.
Os combatentes e armas do Hezbollah se retirarão ao sul do rio Litani, uma fronteira estabelecida durante a última guerra entre Israel e Hezbollah, em 2006.
Netanyahu afirmou ainda que encerrar os combates contra o Hezbollah no Líbano permitiria a Israel aumentar a pressão sobre o Hamas em Gaza e focar na "ameaça iraniana".
"Quando o Hezbollah sair de cena, o Hamas ficará sozinho na luta. Nossa pressão sobre ele irá se intensificar", disse.
Acredita-se que a França, que administrou o Líbano por mais de 20 anos, esteja envolvida na monitoramento do cessar-fogo.
Netanyahu termina o discurso dizendo: "um acordo pode ser cumprido e nós o cumpriremos".
Após o anúncio, o primeiro-ministro do Líbano, Najib Mikati, pediu à comunidade internacional que "aja rapidamente" e "implemente um cessar-fogo imediato".
Israel x Hezbollah
Israel e o Hezbollah, um grupo armado apoiado pelo Irã e que também é um partido político no Líbano, trocaram tiros quase diários através da fronteira desde outubro de 2023, após os ataques do Hamas e a seguinte invasão israelense à Faixa de Gaza.
Os combates se intensificaram no final de setembro de 2024, quando Israel aumentou os bombardeios aéreos contra o território libanês e lançou uma invasão terrestre limitada.
Nesta terça-feira, as Forças de Defesa de Israel realizaram uma nova série de ataques aéreos na capital libanesa, Beirute, matando pelo menos sete pessoas.
Israel afirma que quer garantir o retorno seguro de cerca de 60 mil residentes das áreas do norte de Israel deslocados por ataques com foguetes, lançados pelo Hezbollah em apoio aos palestinos.
A estimativa do Banco Mundial é de perdas econômicas e danos para o Líbano no valor de 8,5 bilhões de dólares (cerca de 6,8 bilhões de libras). A recuperação levará tempo, e ninguém sabe quem pagará por isso.
Como ficará o Hezbollah após a guerra é incerto. O grupo foi enfraquecido, alguns diriam humilhado, mas não foi destruído.