Noiva, irmãs e pais são mortos em casa em ataque de Israel ao Líbano

Maya Gharib se preparava para o casamento em outubro. Família foi atingida por bombardeio na segunda-feira, 23

26 set 2024 - 07h47
(atualizado às 08h17)
Família de Reda Gharib, único sobrevivente ao ataque
Família de Reda Gharib, único sobrevivente ao ataque
Foto: Gharib Family/Handout via REUTERS

A engenheira libanesa Maya Gharib, de 23 anos, planejava se casar em outubro, e a família se organizava para a retirada do vestido. O plano foi interrompido na segunda-feira, 23, quando Maya, as duas irmãs e os pais foram mortos durante o ataque de Israel ao Líbano. O bombardeio atingiu a casa da família, no subúrbio de Tiro, na costa do Mar Mediterrâneo, segundo informações da agência de notícias Reuters.

Reda Gharib, o único sobrevivente da família, confirmou a informação para agência. Ele aparece em fotos ao lado dos familiares, e mostrou uma mensagem de texto enviada à loja de vestidos de noiva, após a morte da família Gharib, dizendo que "a noiva foi assassinada".

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"Eles estavam apenas sentados em casa, e então a casa foi atingida", contou por telefone Reda Gharib, que se mudou para o Senegal no ano passado para trabalhar.

Família foi morta em ataque de Israel ao Líbano
Foto: Gharib Family/Handout via REUTERS

Os ataques de Israel teriam como alvo locais com armas do grupo extremista Hezbollah. Os ataques ao Líbano deixaram mais de 550 mortos, sendo pelo menos 50 crianças e 98 mulheres, segundo o Ministério da Saúde do país.

Este foi o dia com maior número de mortos no Líbano desde o fim da Guerra Civil, entre 1975 e 1990, segundo a Reuters. 

A família Gharib foi sepultada em um funeral apressado, no dia seguinte ao bombardeio, com poucas pessoas presentes, devido ao risco de novos ataques. Reda disse que não teve tempo de viajar ao Líbano para comparecer, porque grande parte dos voos foi cancelada, devido aos ataques entre Israel e Hezbollah.

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Família de Reda Gharib, único sobrevivente ao ataque
Foto: Gharib Family/Handout via REUTERS

O pai da família era um aposentado do exército libanês, e as três irmãs tinham cerca de 20 anos.

"Somos uma família nacionalista sem filiação partidária, embora, claro, apoiemos todos que resistem à agressão," disse Reda Gharib, observando que nenhum membro da família era do Hezbollah. No entanto, ele afirma que agora, tendo perdido sua família, que deseja que o Hezbollah continue lutando contra Israel "até a vitória" e não aceite negociações.

O grupo extremista começou a disparar foguetes contra Israel em 8 de outubro do ano passado, no dia seguinte ao ataque do grupo terrorista Hamas ao Sul de Israel, declarando uma "frente de apoio" aos palestinos. Os confrontos se intensificaram desde a última semana, deixando centenas de mortos e feridos no Líbano. Israel realiza uma campanha aérea que resultou em muitos ataques pelo país.

Fonte: Redação Terra
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