O diretor-geral do Serviço Postal dos Estados Unidos, Louis DeJoy, concordou nesta segunda-feira em prestar depoimento diante do Congresso na semana que vem sobre cortes na empresa, que parlamentares temem que irão prejudicar a capacidade dos correios de lidar com uma enxurrada de votos por correspondência nas eleições de novembro.
DeJoy, um grande doador político de Trump e nomeado para o cargo pelo presidente, concordou em depor no dia 24 de agosto diante de um painel da Câmara dos Deputados que investigará se mudanças adotadas nas últimas semanas atrasaram as entregas de correspondência, informou o comitê, que classificou o comparecimento dele no Congresso como voluntário.
Democratas do Congresso levantam preocupações de que, durante uma pandemia que deve levar o dobro de norte-americanos a votar por correspondência em comparação com 2016, os cortes de gastos no Serviço Postal poderiam levar a cédulas atrasadas ou perdidas.
Os parlamentares apontam reduções específicas em horas extras de trabalho, restrições a transportes extras de correspondências e novas mudanças na seleção de correspondência e nas políticas de entregas como medidas que podem desacelerar e atrasar as entregas do Serviço Postal.
Trump, que por repetidas vezes e sem evidências afirmou que a votação por correspondência é vulnerável a fraudes, negou que esteja tentando prejudicar a habilidade do Serviço Postal de lidar com uma enxurrada de votos por correspondência.
"Queremos que tudo funcione de maneira eficiente e bem", disse Trump em uma entrevista à Fox News, em meio à repercussão de democratas e outros críticos que o acusam de tentar paralisar o Serviço Postal para suprimir a votação por correspondência, à medida que busca diminuir a diferença entre ele e o candidato democrata, Joe Biden, nas pesquisas de opinião.
"Queremos fazer funcionar com menos dinheiro, de maneira melhor, e sempre tomando conta dos nossos trabalhadores postais", disse o presidente, um republicano, descrevendo o Serviço Postal como "um dos desastres do mundo".