O novo primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, apresentou seu gabinete de governo nesta terça-feira, enquanto busca resolver divisões partidárias e garantir um novo mandato na eleição antecipada de 27 de outubro.
O ex-ministro da Defesa, que na semana passada venceu uma disputa acirrada para liderar o governista Partido Liberal Democrático, foi confirmado como primeiro-ministro pelo Parlamento mais cedo.
A abordagem diplomática do governo de Ishiba com o aliado mais próximo do Japão, os Estados Unidos, estará em foco, uma vez que ele tem pedido repetidamente um relacionamento mais equilibrado com Washington.
Ele também tem proposto a criação de uma versão asiática da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para deter a China, uma ideia que pode atrair a ira de Pequim e que já foi descartada por uma autoridade dos EUA como precipitada.
Ishiba, de 67 anos, ainda tem a tarefa de acalmar a insatisfação interna em seu país com o aumento do custo de vida e uma economia lenta, além de navegar em um ambiente de segurança volátil no Leste Asiático, alimentado por uma China cada vez mais assertiva e uma Coreia do Norte com armas nucleares.
O parlamentar veterano, visto como uma espécie de "outsider" do partido que havia fracassado em quatro tentativas anteriores de conquistar a liderança, nomeou uma mistura de rivais e aliados para um gabinete de 20 ministros que inclui apenas duas mulheres -- menos da metade do governo anterior.
Entre os homens, estão dois rivais pela liderança em posições importantes: Katsunobu Kato como ministro das Finanças e Yoshimasa Hayashi para permanecer como secretário-chefe do gabinete, um cargo que inclui a função de principal porta-voz do governo.
A nomeação de Kato, um defensor das políticas fiscais e monetárias expansionistas do ex-premiê Shinzo Abe, parece ser um ato de equilíbrio para aliviar as preocupações sobre a estratégia econômica do próximo gabinete.
Takeshi Iwaya, um aliado próximo de Ishiba, assumirá o cargo de ministro das Relações Exteriores, enquanto Gen Nakatani retornará ao Ministério da Defesa, cargo que ocupou em 2016.
Em seu discurso de vitória na sexta-feira, Ishiba falou sobre a necessidade de reforçar a segurança do Japão após as recentes incursões territoriais de embarcações militares chinesas e russas.