Hatice Cengiz, a noiva de Jamal Khashoggi, o jornalista assassinado no consulado saudita na Turquia no ano passado, disse nesta quinta-feira que não acreditava que até agora ninguém havia enfrentado as consequências legais pelo crime cometido.
"Eu não consigo entender como o mundo ainda não fez nada a respeito disso", disse Cengiz ao subcomitê de Assuntos Internacionais da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, falando em turco através de um intérprete.
"Eu ainda não consigo entender o sentido humano disso. Eu ainda sinto como se fosse acordar", disse em um depoimento emocionado em uma audiência sobre liberdade de imprensa internacional e sobre os perigos da cobertura jornalística sobre direitos humanos.
Cengiz foi a última pessoa a ver Khashoggi, um morador dos Estados Unidos e colunista do jornal Washington Post, antes de sua entrada no consulado saudita em Istambul no dia 2 de outubro para obter documentos para seu casamento.
Ele nunca deixou o edifício.
O jornalista saudita, que tinha fontes na realeza do país e se tornou um crítico do príncipe Mohammed bin Salman, foi morto e desmembrado dentro do consulado por uma equipe de agentes sauditas, provocando uma comoção internacional.