Atualmente, o Japão passa por onde de uma infecção bacteriana, cujos sintomas se iniciam parecidos com uma fraca gripe, com febres, dores musculares, calafrios, e evoluem rapidamente para náuseas e sinais de falência de órgãos como rins, fígado e pulmões.
A infecção causada pela bactéria é possivelmente mortal e, no ano passado, o país registrou 941 casos, batendo o recorde. A doença é chamada Síndrome do Choque Tóxico Estreptocócico (STSS) e neste ano, já foram notificados 378 casos, considerando apenas o primeiro bimestre do ano. A previsão é que neste ano o recordes seja batido novamente.
A STSS é uma síndrome grave, já que o organismo é infectado com as toxinas produzidas pela bactéria. Muitas vezes, a doença se manifesta como complicação de outra infecção bacteriana, normalmente advindas da Staphylococcus aureus e Streptococcus pyogenes.
Os sintomas da STSS são: febre, dificuldade para respirar, disfunção renal, disfunção hepática, pressão arterial baixa, confusão mental, dor de cabeça, dores musculares, náuseas e vômitos, diarreia, mal-estar e mucosas avermelhadas.
"Ainda existem muitos fatores desconhecidos sobre os mecanismos por trás das formas fulminantes (graves e repentinas) de estreptococos, e não estamos no estágio em que possamos explicá-los", escreveu o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas (NIID), órgão japonês, em comunicado.
A síndrome de choque tóxico é uma condição séria, já que pode sobrecarregar o organismo, e por isso a pessoa infectada requer tratamento médico e internação imediatas. O Japão a classifica como emergência médica.
Consequências da STSS
Por mais que a STSS seja mais comum em idosos com 65 anos ou mais, a doença está levando à morte mais pacientes com menos de 50 anos. Entre os 65 pacientes nessa faixa etária, diagnosticados com a doença entre julho e dezembro do ano passado, cerca de um terço morreu.
Embora a infecção seja mais comum em adultos com 65 anos ou mais, de acordo com o NIID, a cepa do grupo A está agora levando a mais mortes entre pacientes com menos de 50 anos. Dos 65 pacientes com diagnóstico de STSS com menos de 50 anos diagnosticados entre julho e dezembro do ano passado, aproximadamente um terço morreu.
Um jovem de 14 anos precisou ter ambas as mãos e pés amputados devido a complicações da síndrome do choque tóxico. O caso aconteceu em setembro do ano passado e, segundo os médicos, seu corpo teve dificuldade de bombear o sangue adequadamente após falha no pulmão, fazendo com que a pele das extremidades se tornasse gangrenosa.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini