Os militares de Israel atacaram uma escola perto de Deir al-Balah, uma cidade no centro de Gaza, matando pelo menos 30 palestinos e ferindo mais de 100, segundo o ministério da saúde administrado pelo Hamas.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, por suas siglas em inglês) disseram no Telegram que foi criado um centro de comando e controle do Hamas na Escola Khadija.
As IDF acrescentaram que o Hamas usou o local como esconderijo para dirigir e planejar ataques, além de armazenar armas.
O Ministério da Saúde de Gaza disse que as vítimas eram civis e a maioria delas eram crianças. A BBC verificou um vídeo que mostra crianças entre os feridos.
O serviço de defesa civil de Gaza disse que a escola estava abrigando pessoas desabrigadas. O Hamas condenou o ataque em um comunicado no Telegram, dizendo que "pessoas deslocadas, doentes e feridas, a maioria das quais eram mulheres e crianças" foram mortas.
O vídeo verificado da cena mostra uma situação caótica, com pessoas correndo em torno de um complexo coberto de escombros. Homens carregam duas crianças ensanguentadas nos braços, enquanto uma mulher abraça outra, e um grupo carrega um homem ferido em uma maca. Um corpo aparece no chão coberto por um cobertor.
As IDF disseram que antes do ataque tomaram medidas para reduzir o risco para os civis "incluindo o uso de munições apropriadas, vigilância aérea e inteligência adicional".
O Ministério da Saúde de Gaza disse que 53 pessoas foram mortas e 189 feridas desde a manhã de sábado (27/7) devido ao bombardeio das FDI em Deir al-Balah e na cidade de Khan Younis, no sul.
O ataque ocorreu enquanto Israel continua a sua campanha militar de meses em Gaza, que já matou mais de 39 mil palestinos, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.
A guerra começou quando o Hamas atacou Israel em 7 de outubro, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo 251 reféns.
O ataque a Deir al-Balah foi relatado quando as IDF ordenaram que os civis nas partes do sul de Khan Younis que evacuassem para uma "área humanitária ajustada" em al-Mawasi, uma região ao longo da costa, na manhã de sábado.
As IDF disseram que estavam prestes a "operar à força" depois de relatar disparos "significativos" de foguetes contra Israel a partir do sul de Khan Younis e "inteligência precisa indicando que o Hamas incorporou" infraestrutura na área humanitária. Os militares israelenses alertaram os civis que "permanecer nesta área se tornou perigoso".
As IDF divulgaram mapas que mostram uma área humanitária ainda mais reduzida em al-Mawasi.
Os militares disseram que a quantidade de pessoas na área diminuiu a partir da segunda-feira, quando ordenaram a evacuação de parte da área humanitária antes de uma operação contra combatentes palestinos que aparentemente se reagruparam ali.
Após as ordens de evacuação, o Ministério da Saúde de Gaza disse que pelo menos 70 pessoas foram mortas em ataques israelenses nos arredores de Khan Younis.
Também no sábado, na Cisjordânia, um rapaz de 17 anos foi morto e nove pessoas ficaram feridas no campo de refugiados de Balata, em Nablus, como resultado da ação militar israelense, informou o Ministério da Saúde da Autoridade Palestina.