O exército israelense afirma que suas forças violaram protocolos ao amarrarem um homem palestino ferido à frente de um veículo durante um ataque na cidade de Jenin, na Cisjordânia.
As Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês) confirmaram o incidente depois que ele foi capturado em vídeo e compartilhado nas redes sociais.
Um comunicado das IDF disse que o homem foi ferido em uma troca de tiros durante a operação, da qual ele era suspeito.
A família do ferido diz que quando pediu por uma ambulância, o exército o pegou, amarrou-o ao capô do jipe e partiu.
O indivíduo acabou sendo transferido para o Crescente Vermelho para tratamento. As IDF disseram que o incidente será investigado.
Testemunhas oculares que falaram à agência de notícias Reuters identificaram-no como um homem local e disseram tratar-se de Mujahed Azmi.
"Esta manhã [sábado], durante as operações antiterroristas para apreender suspeitos procurados na área de Wadi Burqin, os terroristas abriram fogo contra as tropas das IDF, que responderam com fogo", diz o comunicado das Forças de Defesa de Israel.
Durante a troca de tiros, um dos suspeitos ficou ferido e foi detido, afirma o documento.
"Em violação de ordens e procedimentos operacionais padrão, o suspeito foi levado pelas forças enquanto estava amarrado em cima de um veículo. A conduta das forças no vídeo do incidente não está em conformidade com os valores das IDF. O incidente será investigado e tratado de acordo."
Tem havido um aumento da violência na Cisjordânia desde o início da guerra na Faixa de Gaza, desencadeada pelo ataque mortal do Hamas ao sul de Israel, em 7 de outubro de 2023.
A ONU afirma que pelo menos 480 palestinos - membros de grupos armados, participantes de ataques e civis - foram mortos em incidentes relacionados com o conflito na Cisjordânia, incluindo em Jerusalém Oriental.
Israel é acusado de possível crime de guerra pelo assassinato de um menino de oito anos na Cisjordânia.
Dez israelenses, incluindo seis membros das forças de segurança, também foram mortos na Cisjordânia.
Na Faixa de Gaza, o Ministério da Saúde administrado pelo Hamas afirma que mais de 37 mil pessoas foram mortas ou são consideradas mortas nos combates até agora.