A Igreja Católica inaugura nesta terça-feira (24) o Jubileu de 2025, evento que acontece normalmente a cada 25 anos e que representa um período de indulgência, ou seja, de perdão dos pecados dos fiéis.
O nome da celebração vem do Jubileu judaico, uma derivação da palavra em hebraico "jobel", que significa "bode", em referência ao chifre usado com trombeta em cerimônias sagradas.
O Jubileu judaico, descrito no capítulo 25 do livro de Levítico, do Antigo Testamento, e também conhecido como ano sabático, era celebrado a cada meio século (ou seja, após sete ciclos de sete anos) com uma série de recomendações sociais.
No ano sabático a terra era deixada em repouso, com a proibição da semeadura e da colheita (com o objetivo prático de fortalecer os cultivos posteriores), e todos podiam usufruir de frutos espontâneos. Além disso, escravos eram libertados, e terras e propriedades confiscadas por pessoas ricas voltavam aos proprietários originais.
O início do Jubileu era anunciado com uma série de ritos oficiais, incluindo o som da trombeta do carneiro. O Jubileu judaico vigorou até o primeiro século depois de Cristo, mas permaneceu em formas residuais em algumas franjas ortodoxas do judaísmo contemporâneo, e servia a uma sociedade tribal para corrigir desigualdades excessivamente acentuadas. O seu princípio inspirador era que o homem não é dono dos bens e das riquezas, mas apenas seu administrador, e que deve dispor deles de acordo com a justiça e em favor dos mais fracos.
Na Igreja Católica, o ano jubilar é sobretudo o ano de Cristo. No Novo Testamento, Jesus apresenta-se como aquele que completa o antigo Jubileu, tendo chegado para "pregar o ano da graça do Senhor". O Jubileu é comumente chamado de "Ano Santo", não só porque começa, se desenvolve e termina com solenes ritos sagrados, mas também porque se destina a promover a santidade da vida.
O evento pode ser "ordinário", se estiver vinculado a prazos pré-estabelecidos; ou "extraordinário", se for anunciado para algum evento específico, como o Ano Santo da Misericórdia, entre 8 de dezembro de 2015 e 20 de novembro de 2016, meio século após o fim do Concílio Vaticano II.
Com o tempo, o Ano Santo passou a ser o período da indulgência solene concedida pelo Papa, originalmente a cada 50 anos, depois a cada 25, aos fiéis que vão a Roma e realizam determinadas práticas religiosas.
A bula com que o Papa Bonifácio VIII instituiu o primeiro Jubileu, emitida em 22 de fevereiro de 1300, concedia indulgência plenária a todos aqueles que visitassem 30 vezes, se fossem romanos, e 15 vezes, se fossem estrangeiros, as Basílicas de São Pedro e São Paulo Fora dos Muros durante todo o ano.
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