A cidade de Christchurch, a terceira maior da Nova Zelândia em número de habitantes, viveu momentos de terror nesta sexta-feira (15). Em dois tiroteios simultâneos contra mesquitas no município, 49 pessoas morreram e 20 ficaram feridas. Os atentados ocorreram por volta do meio-dia no horário local, quando ocorriam orações nos dois templos. As autoridades locais classificam a ocorrência como um ato terrorista.
Os ataques, segundo relatou a Reuters, desencadearam uma procura intensa da polícia local atrás dos assassinos. Quatro suspeitos, três homens e uma mulher, foram presos no que é o maior massacre desse tipo na história da Nova Zelândia. Em um dos carros parados pelas autoridades, foram encontrados itens que se assemelhavam a artefatos explosivos.
De acordo com a premiê neozelandesa, Jacinda Ardern, os quatro suspeitos presos não estavam sob observação da polícia de Christchurch. A primeira-ministra também repudiou os ataques. "Nós, da Nova Zelândia, rejeitamos qualquer tipo de extemismo", diz. "Aqui não é um local marcado pela violência, e eu não vou deixar isso mudar o perfil do país. Nenhum de nós deve."
Após os dois atentados, a polícia de Christchurch fez um cordão policial para isolar a cidade, bloqueando os acessos por via terrestre. Escolas e as demais mesquitas da cidade também fecharam. O comissiário Mike Bush, da Nova Zelândia, pediu para que os munícipes evitem permanecer nas ruas e informem qualquer tipo de comportamento suspeito.
Os ataques
Os dois atentados foram feitos praticamente em sequência. A primeira mesquita a ter sido atacada foi Masjid Noor, no centro da cidade. Depois, a cinco quilômetros do primeiro ato de terrorismo, houve um tiroteio no templo de Linwood.
Dos quatro presos, segundo a primeira-ministra neozelandesa, todos têm perfil extremista e nacionalista. Um deles, de acordo com o primeiro-ministro da Austrália, Scott Morrison, escreveu e postou um manifesto anti-imigração de 74 páginas na internet. Acredita-se que este suspeito tenha trasmitido o ataque a uma das mesquitas ao vivo pelo Facebook.
*Com Estadão Conteúdo e Reuters