A Organização Mundial da Saúde (OMS) propôs como um dos objetivos de desenvolvimento sustentável do milênio para 2030, além de acesso a água potável, saneamento e higiene, a não defecação a céu aberto, um problema grave em países como a Índia e China.
Esta é uma das propostas da OMS adiantadas nesta segunda-feira pela diretora geral de Saúde e Meio Ambiente, Maria Neira, no dia internacional sobre as ferramentas para a melhora de água para consumo, celebrado na Espanha.
Ela considerou necessária a eliminação da defecação a céu aberto já que se trata de um problema fundamental em alguns países menos beneficiados do ponto de vista socioeconômico, como a Índia.
No entanto esse também é um problema na China, que se desenvolveu muito economicamente, e, mesmo assim, a defecação sem qualquer tipo de medida sanitária e higiênica "continua sendo um desafio de saúde pública".
"Queria eliminar algo que parece pouco ambicioso, mas que seria um grande sucesso", disse Maria, que explicou outros objetivos mais genéricos da OMS.
Entre eles, o acesso universal à água potável, ao saneamento e à higiene; a redução pela metade da parcela população que não tem acesso em casa à água potável, nem é administrada de forma segura, e a eliminação progressiva a "grande desigualdade" na hora do acesso.
Se esses são alguns dos Objetivos do Milênio para 2030, os que precisam ser cumpridos em breve, no entanto, são os de 2015. Segundo a diretora, os de saneamento não serão atingidos.
Acesso à água potável
Ela adiantou alguns dados preliminares de um relatório feito com o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que será divulgado em 8 de maio, no qual se detalha o grau de cumprimento atual desses objetivos. Segundo Maria, como os fixados para o saneamento não serão alcançados, serão necessários mais investimentos neste sentido.
Quanto à água potável, a cobertura do objetivo é de 88% e, segundo ela, o número de países que conseguirão alcançá-lo será de, aproximadamente, 116.
Em geral, o acesso à água potável melhorou e os países podem ser separados em três blocos: os do norte, que têm acesso de 91% a 100%; outro grupo que tem entre 76% e 90%; e um terceiro, formado por estados do sudeste asiático e da África subsariana, em que menos de 50% da população consegue acesso a ela.
Outra peculiaridade é que as mulheres e as crianças, as que mais se ocupam de coletar água, são as mais afetadas pela mortalidade derivada dessa falta de acesso, e ficam em povoados da região rural.