A ONG internacional Human Rights Watch acusou Israel de usar fósforo branco em operações militares na cidade de Gazae em áreas rurais do Líbano, na fronteira com Israel. A entidade, que é referência no mundo, analisou vídeos feitos nestas regiões nos dias 10 e 11 deste mês, que mostram múltiplas explosões aéreas de fósforo branco disparado por atilharia sobre as cidades. Além disso, a ONG entrevistou pessoas que descreveram os ataques em Gaza.
A substância é capaz de queimar as pessoas até os ossos, pois é altamente solúvel em gordura e, portanto, na carne humana.
Caso atinja a corrente sanguínea, fragmentos do fósforo branco podem causar falência de múltiplos órgãos.
Feridas já tratadas causadas pela substância podem reacender quando os curativos são removidos e as feridas são expostas novamente ao oxigênio.
Mesmo queimaduras relativamente pequenas são frequentemente fatais.
Para os sobreviventes, cicatrizes extensas tensionam o tecido muscular e criam deficiências físicas.
O trauma do ataque, o tratamento doloroso que se segue e as cicatrizes que alteram a aparência podem levar a danos psicológicos e à exclusão social.
O fósforo branco é uma substância que tem efeito incendiário significativo, podendo queimar gravemente pessoas e incendiar estruturas, campos e outros objetos civis nas proximidades. Segundo a ONG, usar tal substância em Gaza, que é uma das áreas mais densamente povoadas do mundo, aumenta o risco para a população local e viola as leis humanitárias internacionais que proibem colocar civis em riscos desnecessários.
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Imagem aérea mostra prédios e casas destruídos por bombardeios israelenses na cidade de Gaza, nesta terça-feira, 10
Foto: REUTERS/Mohammed Salem
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Nuvens de fumaça após ataque israelense contra a cidade de Gaza, nesta terça-feira, 10
Foto: REUTERS/Mohammed Salem
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Pessoas se reúnem para assistir à cerimônia fúnebre do membro do gabinete político do Hamas, Zakaria Abu Maamar, morto em ataques aéreos israelenses, em Khan Yunis, Gaza, em 10 de outubro de 2023
Foto: Anadolu via Reuters Connect
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Carros encontrados, nesta terça-feira, 10, queimados no estacionamento da festa rave que foi invadida pelo Hamas no sábado
Foto: REUTERS/Ronen Zvulun
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Soldados israelenses inspecionam área de estacionamento de festa rave invadida pelo Hamas; ao menos 260 corpos foram encontrados no local
Foto: REUTERS/Ronen Zvulun
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Uma casa destruída após o ataque de míssil pelo Hamas. Foto tirada na segunda-feira, 9
Foto: Anadolu Agency via Reuters Connect
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O sistema antimíssil Iron Dome de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza, visto da cidade de Ashkelon, na noite de segunda-feira, 9.
Foto: REUTERS/Amir Cohen
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Palestinos inspecionam os danos após um ataque aéreo israelense na área de El-Remal, na cidade de Gaza, na segunda-feira, 9
Foto: IMAGO/APAimages via Reuters Connect
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Uma fumaça sobe sobre edifícios na cidade de Gaza em 7 de outubro de 2023, durante um ataque aéreo israelense, numa ofensiva contra o Hamas.
Foto: Sameh Rahmi via Reuters Connect
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No domingo, 8, cidadãos palestinos inspecionam danos às suas casas após ataques aéreos israelenses em Gaza
Foto: Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Mulher chora ao ver estragos provocados por ataque israelense em Gaza
Foto: Rahim Khatib/Anadolu Agency via Getty Images
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Ataques aéreos israelenses deixam rastro de destruição em Gaza
Foto: Ahmad Hasaballah/Getty Images
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Um homem palestino caminha entre os escombros de uma escola na cidade de Gaza, que foi destruída durante a noite em um ataque aéreo israelense
Foto: Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
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Palestino observa estragos em uma escola na cidade de Gaza, que foi destruída durante a noite em um ataque aéreo israelense
Foto: Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
“Sempre que o fósforo branco é utilizado em áreas civis sobrelotadas, representa um elevado risco de queimaduras excruciantes e sofrimento para toda a vida”, disse Lama Fakih, diretor do Médio Oriente e Norte de África da Human Rights Watch. “O fósforo branco é ilegalmente indiscriminado quando explode em áreas urbanas povoadas, onde pode incendiar casas e causar danos flagrantes a civis.”
O fósforo branco inflama quando exposto ao oxigênio atmosférico e continua a queimar até ser privado de oxigênio ou esgotado. Sua reação química pode criar calor intenso (cerca de 815°C), luz e fumaça.
Mesmo com a denúncia feita pela Humans Rights Watch, as autoridades israelenses ainda não confirmaram se usaram ou não o fósforo branco nos ataques em curso.