ONG acusa Israel de violar lei humanitária internacional ao usar arma de fósforo branco em Gaza

A Human Rights Watch analisou vídeos de ataques israelenses em Gaza e em áreas do Líbano; saiba mais sobre o efeito do fósforo branco

12 out 2023 - 22h41
Palestinos dizem que Israel está mirando mais em áreas residenciais nesta quinta
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Foto: Reprodução/Al Jazeera

A ONG internacional Human Rights Watch acusou Israel de usar fósforo branco em operações militares na cidade de Gaza e em áreas rurais do Líbano, na fronteira com Israel. A entidade, que é referência no mundo, analisou vídeos feitos nestas regiões nos dias 10 e 11 deste mês, que mostram múltiplas explosões aéreas de fósforo branco disparado por atilharia sobre as cidades. Além disso, a ONG entrevistou pessoas que descreveram os ataques em Gaza.

O fósforo branco no corpo humano:

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  • A substância é capaz de queimar as pessoas até os ossos, pois é altamente solúvel em gordura e, portanto, na carne humana.
  • Caso atinja a corrente sanguínea, fragmentos do fósforo branco podem causar falência de múltiplos órgãos. 
  • Feridas já tratadas causadas pela substância podem reacender quando os curativos são removidos e as feridas são expostas novamente ao oxigênio.
  • Mesmo queimaduras relativamente pequenas são frequentemente fatais.
  • Para os sobreviventes, cicatrizes extensas tensionam o tecido muscular e criam deficiências físicas.
  • O trauma do ataque, o tratamento doloroso que se segue e as cicatrizes que alteram a aparência podem levar a danos psicológicos e à exclusão social.

O fósforo branco é uma substância que tem efeito incendiário significativo, podendo queimar gravemente pessoas e incendiar estruturas, campos e outros objetos civis nas proximidades. Segundo a ONG, usar tal substância em Gaza, que é uma das áreas mais densamente povoadas do mundo, aumenta o risco para a população local e viola as leis humanitárias internacionais que proibem colocar civis em riscos desnecessários.

“Sempre que o fósforo branco é utilizado em áreas civis sobrelotadas, representa um elevado risco de queimaduras excruciantes e sofrimento para toda a vida”, disse Lama Fakih, diretor do Médio Oriente e Norte de África da Human Rights Watch. “O fósforo branco é ilegalmente indiscriminado quando explode em áreas urbanas povoadas, onde pode incendiar casas e causar danos flagrantes a civis.”

O fósforo branco inflama quando exposto ao oxigênio atmosférico e continua a queimar até ser privado de oxigênio ou esgotado. Sua reação química pode criar calor intenso (cerca de 815°C), luz e fumaça.

Mesmo com a denúncia feita pela Humans Rights Watch, as autoridades israelenses ainda não confirmaram se usaram ou não o fósforo branco nos ataques em curso.

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Fonte: Redação Terra
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