A Organização das Nações Unidas (ONU) revelou nesta terça-feira (6) que descobriu 202 covas coletivas em áreas do Iraque controladas pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que foram usadas para enterrar corpos de até 12 mil pessoas.
Os cemitérios em massa foram encontrados nos territórios de Nineveh, Kirkuk, Salah al Din e Anbar, nas regiões Norte e Oeste do país. As áreas viveram sob o domínio do Estado Islâmico entre 2014 a 2017. De acordo com a ONU, ainda devem ser achadas mais covas nos próximos meses e anos. O local com maior quantidade de corpos foi Mosul, no norte iraquiano, com quatro mil mortos.
Segundo o escritório das Nações Unidas em Bagdá, a capital iraquiana, há mulheres, crianças, idosos, pessoas com deficiência e policiais iraquianos entre as vítimas. As mortes, segundo a entidade, foram causadas por "uma campanha de violência generalizada e violações sistemáticas dos direitos humanos internacionais e as leis humanitárias".
As escavações e exumações são tratadas como cenas de crimes pela ONU e os dados obtidos nas buscas serão utilizados como provas para futuros processos internacionais contra o grupo terrorista.
"Os terríveis crimes do EI no Iraque deixaram as manchetes mas o trauma das famílias das vítimas persiste, com milhares de mulheres, homens e crianças ainda abandonados", disse a Alta Comissária da ONU para os direitos humanos, Michele Bachelet.