ONU diz que prioridade é aliviar sofrimento em Gaza, mas alerta para desafio de segurança

15 jan 2025 - 18h00

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse nesta quarta-feira que a prioridade agora "deve ser aliviar o tremendo sofrimento" causado pela guerra entre Israel e militantes palestinos do Hamas em Gaza, após o acordo de cessar-fogo.

Durante a guerra de 15 meses, Israel destruiu grande parte de Gaza, e a população pré-guerra de 2,3 milhões de pessoas foi deslocada várias vezes. Guterres descreveu a situação humanitária no enclave palestino como "catastrófica".

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"A ONU está pronta para apoiar a implementação desse acordo e aumentar o fornecimento de ajuda humanitária sustentável aos inúmeros palestinos que continuam sofrendo", disse a repórteres.

"É imperativo que esse cessar-fogo remova os obstáculos políticos e de segurança significativos à entrega de ajuda em Gaza, para que possamos sustentar um grande aumento ao apoio humanitário urgente que salva vidas", disse Guterres.

A operação humanitária da ONU tem enfrentado problemas com a ação militar de Israel, as restrições de acesso por parte dos israelenses em Gaza e, mais recentemente, os saques por gangues armadas.

De acordo com uma fonte com conhecimento do assunto, os detalhes críticos do aumento de auxílio ainda não foram definidos e deverão ser discutidos em conversas no Cairo na próxima quinta-feira, envolvendo a ONU, grupos de ajuda e governos, entre outros.

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A fonte, falando sob condição de anonimato, disse que a segurança em Gaza seria a questão mais difícil.

"A segurança não é (responsabilidade) dos humanitários. E é um ambiente muito caótico. O risco é que, com um vácuo, ele se torne ainda mais caótico", disse uma autoridade sênior da ONU à Reuters, também sob condição de anonimato. "Se não houver algum acordo, será muito difícil aumentar as entregas no curto prazo."

"FAREMOS O QUE FOR HUMANAMENTE POSSÍVEL"

O acordo de cessar-fogo exige que 600 caminhões de auxílio humanitário sejam autorizados a entrar em Gaza todos os dias do cessar-fogo inicial de seis semanas, incluindo 50 que transportam combustível. Metade dos 600 caminhões de ajuda seria entregue no norte de Gaza, onde especialistas alertaram que a fome é iminente.

"Faremos tudo o que for humanamente possível, cientes dos sérios desafios e restrições que enfrentaremos. Esperamos que nossos esforços sejam acompanhados por outros atores humanitários, pelo setor privado e por iniciativas bilaterais", disse Guterres.

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Há mais de um ano a ONU vem alertando que a fome paira sobre Gaza. Israel afirma que não há escassez de ajuda, citando mais de um milhão de toneladas de entregas. O país acusa o Hamas de roubar o auxílio, o que o grupo nega, culpando Israel pela escassez.

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