Especialistas em direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) expressaram preocupação a respeito de supostos campos de reeducação política da China para muçulmanos uigures, e pediram a libertação imediata daqueles que estão detidos "sob o pretexto de conter o terrorismo".
O Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial da ONU citou, na quinta-feira, estimativas segundo as quais até 1 milhão de uigures podem estar presos involuntariamente em detenções ilegais em Xinjiang, província do extremo oeste chinês.
Suas descobertas foram reveladas após uma revisão de dois dias do histórico da China feita neste mês, a primeira desde 2009. À época o Ministério de Relações Exteriores da China rejeitou as alegações e disse que forças anti-China estavam por trás das críticas às políticas de Pequim em Xinjiang.
A chancelaria jamais confirmou oficialmente a existência de centros de detenção na localidade.
A China alega que Xinjiang enfrenta uma ameaça grave de militantes islâmicos e separatistas que tramam ataques e atiçam tensões entre a minoria predominantemente muçulmana uigur e a etnia chinesa han majoritária.
Mas o comitê denunciou a "definição ampla de terrorismo, as referências vagas ao extremismo e a definição nebulosa de separatismo da legislação chinesa".
Em suas conclusões, o comitê disse estar alarmado com "numerosos relatos de detenção de uigures étnicos e outras minorias muçulmanas em grandes números, mantidos incomunicáveis e com frequência durante longos períodos, sem serem acusados ou julgados, sob o pretexto de conter o terrorismo e o extremismo religioso".