A Polícia Federal (PF) realizou, na manhã desta quarta-feira (22), uma operação que investiga integrantes de uma facção criminosa suspeita, segundo o ministro da Justiça, Flávio Dino, de planejar, matar e sequestrar autoridades.
De acordo com o g1, o senador Sergio Moro (União Brasil) afirmou ser um dos alvos do grupo. Enquanto era ministro de Segurança Pública, ele definiu a transferência do chefe da facção, Marcola, e de outros integrantes para presídios de segurança máxima.
Na época, Moro defendeu que o isolamento de organizações criminosas seria uma forma de enfraquecê-las. A facção atua dentro e fora dos presídios brasileiros e também internacionalmente.
Segundo a PF, estão sendo cumpridos 24 mandados de busca e apreensão e 11 de prisão nos estados de São Paulo; Paraná (local onde estão os principais alvos); Rondônia e Mato Grosso do Sul. Até agora, nove pessoas já foram presas, sendo elas seis homens e três mulheres, todas em São Paulo.
Durante as buscas, a PF apreendeu, em São Paulo, joias, dinheiro em espécie guardado em um cofre, celulares, uma moto e um carro de luxo. A Polícia Federal informou que os suspeitos também pretendiam sequestrar várias autoridades públicas.
Outro alvo do grupo era Lincoln Gakyia, do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco), de Presidente Prudente (SP). Segundo os policiais, os ataques poderiam ocorrer de forma simultânea.
Segundos os investigadores, os alvos dos mandados são:
- Janeferson Aparecido Mariano
- Patrick Uelinton Salomão
- Valter Lima Nascimento
- Reginaldo Oliveira de Sousa
- Sidney Rodrigo Aparecido Piovesan
- Claudinei Gomes Carias
- Herick da Silva Soares
- Franklin da Silva Correa
As investigações
Os ataques foram planejados desde 2022. Uma portaria do governo federal, que restringiu visitas íntimas nos presídios federais, também está entre os motivos dos planos de retaliação contra Moro, de acordo com os investigadores. A restrição passou a valer a partir de 2021.
Segundo o g1, os alvos alugaram chácaras, casas e até um escritório ao lado de endereços de Sergio Moro. Os investigadores informaram que a família do senador também estava sendo monitorada por meses pela facção criminosa.
Dino e Moro nas redes
O ministro da Justiça, Flávio Dino, nas redes sociais, comentou a operação. Ele confirmou que as vítimas seriam um senador e um promotor de Justiça: "Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos (dentre os quais um senador e um promotor de Justiça)".
Foi investigado e identificado um plano de homicídios contra vários agentes públicos (dentre os quais um senador e um promotor de Justiça). Hoje a Polícia Federal está realizando prisões e buscas contra essa quadrilha. Meus cumprimentos às equipes da PF pelo importante trabalho
— Flávio Dino 🇧🇷 (@FlavioDino) March 22, 2023
Moro também comentou sobre a operação. Ele disse que vai fazer um pronunciamento sobre ser alvo de ameaças de um grupo criminoso: "Sobre os planos de retaliação contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado".
Sobre os planos de retaliação do PCC contra minha pessoa, minha família e outros agentes públicos, farei um pronunciamento à tarde na tribuna do senado. Por ora, agradeço a PF, PM/PR, Polícias legislativas do Senado e da Câmara, PM/SP, MPE/SP, e aos seus dirigentes pelo apoio e…
— Sergio Moro (@SF_Moro) March 22, 2023