A coalizão de oposição da Venezuela ficou novamente sem candidato para as eleições presidenciais de julho, depois que Corina Yoris, de 80 anos, não conseguiu se registrar antes do fim do prazo de segunda-feira.
Yoris foi nomeada como candidata da oposição na semana passada por María Corina Machado, que venceu a disputa pela indicação da oposição no ano passado para concorrer contra o presidente Nicolás Maduro, mas foi proibida de ocupar cargos públicos.
A oposição não conseguiu acessar o sistema online da autoridade eleitoral para registrar Yoris como candidata, disse o chefe da coalizão, Omar Barboza.
"Eles não nos deixaram entrar", disse Barboza nesta terça-feira.
O Ministério da Informação da Venezuela e o órgão eleitoral CNE não responderam imediatamente a um pedido da Reuters para comentar se Yoris era inelegível para concorrer.
Duas pessoas próximas a Machado foram presas na semana passada, causando protestos de Washington, que já avisou que permitirá que as flexibilizações das sanções petrolíferas expirem em abril se o governo de Maduro não permitir eleições livres e justas.
Em uma entrevista na segunda-feira, Yoris disse à Reuters que estava aberta a discussões com Maduro.
"Tenho que negociar com ele", disse ela. "Estou lhe dizendo que ele deve cumprir a Constituição."
O governista Partido Socialista Unido da Venezuela autorizou Maduro a buscar a reeleição para outro mandato de seis anos e ele se registrou com sucesso como candidato na segunda-feira.
"Haverá eleições com ou sem vocês", disse Maduro do prédio do CNE em Caracas, referindo-se à oposição.
Pelo menos 10 outros candidatos também se registraram, incluindo um governador do partido de oposição que se registrou cinco minutos antes do prazo final.
Mas a maioria deles é vista como próxima ao governo e não tem apoio significativo dos eleitores, segundo as pesquisas de opinião.