A escalada de violência na Guerra Israel x Hamas ganhou novos contornos nesta sexta-feira, 13, no sétimo dia do conflito, enquanto Israel se prepara invasão terrestre à Gaza.
O governo de Benjamin Netanyahu ordenou que mais de 1 milhão de palestinos deixassem o norte da Faixa de Gaza, sem explicar para onde eles poderiam ir já que as fronteiras de Gaza com Israel e o Egito estão fechadas. O prazo para evacuação foi encerrado às 18h (horário de Brasília).
Analistas internacionais consideram que o país está próximo de iniciar uma onda de ataques terrestres no território palestino. O prazo para evacuar o norte de Gaza foi encerrado hoje às 18h (horário de Brasília)
Forças de Defesa de Israel (IDF) confirmaram que já realizara ataque terrestre dentro das fronteiras de Gaza nas últimas horas. O objetivo da incursão teria sido o resgate de corpos de israelenses, que haviam sido abandonados na região após o ataque a festa rave nas proximidades, no sábado, 7. Além disso, eles também teriam destruído bombas e mísseis do Hamas.
Desde o dia 7 de outubro, 1.799 palestinos morreram e 6.398 ficaram feridos. Do lado israelense, 1.200 pessoas morreram e mais de 3 mil foram feridas.
Evacuação e despespero dos palestinos em Gaza
Israel voltou atrás e ampliou o prazo para a evacuação do Hospital Al Awda, no norte da Faixa de Gaza, determinando que deixem o local até a meia-noite (horário de Brasília). Inicialmente o governo de Netanyahu havia determinado evacuação do centro médico em apenas duas horas.
A organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), que coordena o hospital, condenou o pedido e chamou a ação de "contínuo e indiscriminado derramamento de sangue". “Condenamos inequivocamente esta ação, o contínuo derramamento de sangue indiscriminado e os ataques aos cuidados de saúde em Gaza. Estamos tentando proteger nossos funcionários e pacientes”, disse a organização.
"O prazo de 24 horas concedido por Israel para que as pessoas no Norte de Gaza abandonem suas terras, casas e hospitais é ultrajante – isto representa um ataque aos cuidados médicos e à humanidade. Temos visto consistentemente uma linguagem desumanizante e esta violência é uma manifestação disso. Estamos falando de mais de um milhão de seres humanos. ‘Sem precedentes’ nem sequer cobre o impacto médico-humanitário disto. Gaza está a ser arrasada, milhares de pessoas estão a morrer, isto tem de parar agora. Condenamos a exigência de Israel nos termos mais fortes possíveis", afirmou o diretor-geral do MSF Meinie Nicolai.
"Exigência impossível"
A Anistia Internacional, entidade que atua em defesa aos direitos humanos, considerou que o aviso de Israel aos civis em Gaza para evacuarem em direção ao sul “não pode ser considerado um aviso eficaz” e apelou para que a ordem fosse “rescindida imediatamente”.
A entidade ainda considera a ordem como o equivalente "à deslocação forçada da população civil, uma violação do direito humanitário internacional”, afirmou a Amnistia Internacional num comunicado. O prazo concedido pelo governo israelense foi definido como "uma exigência impossível”, já que a Faixa de Gaza é completamente sitiada e a única fronteira possível, com o Egito, está fechada.