A Al-Qaeda na Península Arábica (AQPA) ameaça em um vídeo executar um refém americano, informou o Centro de Vigilância de Sites Islamitas (SITE).
O homem que aparece no vídeo, com data de dezembro de 2014, é um repórter fotográfico sequestrado na capital iemenita em setembro de 2013, segundo o SITE.
A vítima é Luke Somers, 33 anos, que no vídeo afirma ter sido sequestrado há mais de um ano em Sanaa. Ele afirma que precisa de ajuda e que sua vida está em perigo.
Nas imagens, Naser ben Ali al-Ansi, da AQPA, ameaça executar o refém nos três dias posteriores à divulgação do vídeo, caso o governo dos Estados Unidos não responda às exigências do grupo islamita. Não detalha as reivindicações, mas afirma que Washington as "conhece".
"Em caso contrário, o refém americano que temos em nossas mãos conhecerá um destino inevitável", completa.
No fim de novembro, forças especiais iemenitas, apoiadas por comandos americanos, segundo fontes locais, realizaram uma operação na província de Hadramut (sudeste) para libertar um grupo de reféns que incluía Somers, um britânico e um sul-africano.
Mas a Al-Qaeda havia alterado o local de cativeiro dos reféns um pouco antes da operação, segundo o ministério iemenita da Defesa.
No vídeo, Al-Ansi menciona a operação no Iêmen. "A última operação fracassou em Hadramut, durante a qual morreu um grupo de elite dos mujahedines", disse.
A ameaça da Al-Qaeda de executar o fotógrafo americano acontece depois que o grupo Estado Islâmico (EI), conhecido pela brutalidade nos territórios que controla no Iraque e na Síria, decapitou cinco reféns ocidentais, desde agosto, sequestrados na Síria.
A Al-Qaeda é ativa no sul e leste do Iêmen, país pobre da península arábica, afetado por conflitos violentos.
O Iêmen é um aliado chave dos Estados Unidos na luta contra a Al-Qaeda. Sanaa autoriza o governo americano a realizar ataques com drones em seu território contra o grupo extremista.
Washington considera a AQPA o braço mais perigoso da Al-Qaeda. O grupo aproveitou a fragilidade do governo central em 2011, durante a Primavera Árabe, que provocou a queda do presidente Ali Abdallah Saleh, para reforçar sua presença no país.
Na quarta-feira, a Al-Qaeda reivindicou um atentado em Sanaa contra a residência do embaixador do Irã, país acusado pelo grupo terrorista de apoiar as milícias xiitas que tentam fortalecer sua influência no país depois que assumiram o controle da capital.