Alemanha, Itália e Arábia Saudita fecham embaixadas no Iêmen

Nos últimos dias, países como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França fecharam suas respectivas legações e evacuaram seu pessoal diplomático

13 fev 2015 - 12h21
(atualizado às 12h45)
Soldados anti-houti fazem guarda na cidade de Taiz
Soldados anti-houti fazem guarda na cidade de Taiz
Foto: Mohamed al-Sayaghi / Reuters

Alemanha e Itália anunciaram nesta sexta-feira o fechamento temporário de suas embaixadas no Iêmen e a repatriação de seu pessoal devido à crescente violência neste país.

Decisões similares foram tomadas nos últimos dias pela França, Reino Unido e Estados Unidos em relação a suas embaixadas em Sana devido à deterioração da situação na capital iemenita, controlada por milícias xiitas.

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Na véspera, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, falando ao o Conselho de Segurança pediu que sejam tomadas iniciativas para evitar que o país caia na anarquia. "O Iêmen colapsa diante de nossos olhos", declarou.

A Arábia Saudita também fechou sua embaixada em Sana nesta sexta-feira e evacuou todos os empregados da missão diplomática no Iêmen perante a deterioração da situação no país, informou o Ministério saudita de Relações Exteriores.

Em entrevista à agência oficial de notícias "SPA", um funcionário do Ministério disse que a Arábia Saudita também suspendeu os trabalhos de seus representantes diplomáticos e explicou que estas decisões ocorrem devido à insegurança existente no Iêmen.

Os empregados evacuados já chegaram a Riad e estão "sãos e salvos", segundo a agência.

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A Arábia Saudita, monarquia sunita e importante parceiro de Sana, pediu durante os últimos meses aos rebeldes do movimento xiita dos houthis uma negociação com as autoridades iemenitas para pôr fim à atual crise política vivida no país.

Nos últimos dias, países como os Estados Unidos, o Reino Unido e a França fecharam suas respectivas legações e evacuaram seu pessoal diplomático perante a possibilidade de ataques terroristas e pela instabilidade.

Manifestantes anti-Houthi durante protesto em Taiz, no Iêmen
Foto: Mohamed al-Sayaghi / Reuters
O governo americano foi o primeiro a anunciar a medida, na terça-feira à noite, devido à "deterioração da segurança" na capital. O Departamento de Estado anunciou que os funcionários diplomáticos foram "levados para fora do país".

Ban Ki-moon falou aos 15 membros do Conselho depois de sua visita à Arábia Saudita e aos Emirados Árabes para discutir uma maneira de prevenir uma guerra civil no Iêmen.

O chefe da ONU também pediu que se garanta a liberdade de movimento do presidente Abd Rabbo Mansour Hadi e seu primeiro-ministro depois que a milícia xiita - conhecida como huthis - tomou o poder e os colocou em prisão domiciliar.

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O Iêmen, aliado-chave dos Estados Unidos no combate contra a Al-Qaeda, está mergulhado em revoltas desde que os huthis assumiram o controle da capital Sana em setembro e afastaram o governo na semana passada.

Milícia xiita celebra ‘golpe’ no Iêmen
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Os fechamentos das embaixadas foram anunciados após o fracasso, no início da semana, das negociações mediadas pela ONU para encontrar uma solução à crise. Uma nova reunião promovida pelo enviado da ONU Jamal Benomar aconteceu na terça, enquanto outra era realizada nesta quarta, em Sana.

Os huthis insistem na dissolução do Parlamento. Outros partidos políticos desejam que continuem funcionando, alegando que são a última instituição legítima do Iêmen.

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