A australiana Qantas se tornou a última companhia aérea a avisar que evitará voar sobre o Iraque, aplicando lições tiradas da queda do avião da Malaysia Airlines que caiu enquanto sobrevoava a Ucrânia.
Emirates, Air France, Lufthansa e Virgin já haviam anunciado que não sobrevoarão o território iraquiano por causa de temores em relação ao conflito entre militantes islâmicos e o governo iraquiano, que se desenrola no solo.
Parte do Iraque já está sob domínio do Estado Islâmico no Iraque e no Levante (Isis, na sigla em inglês).
Na quinta-feira, a Autoridade de Aviação Americana já havia elevado as restrições de sobrevoo ao Iraque aplicáveis às companhias aéreas dos EUA, citando situação potencialmente arriscada. As aeronaves, que podiam voar acima de 20 mil pés (um altura de pouco mais de 6 km), agora terão de subir para 30 mil pés.
Na contramão, a British Airlines disse que continuará voando sobre o Iraque, porque considera "segura" essa zona de tráfego áereo.
Lição dolorosa
As empresas querem evitar uma repetição do que ocorreu com o voo MH17 da Malaysia Airlines, que caiu no leste da Ucrânia duas semanas atrás, supostamente abatido por um míssil disparado por forças rebeldes que enfrentam o governo central.
Todos os 298 passageiros morreram. As operações para recuperar os corpos e os destroços estão sendo prejudicadas pelos confrontos entre os rebeldes, alinhados à Rússia, e o governo de Kiev.
Uma equipe de 70 especialistas e monitores da Organização para Segurança e Cooperação Europeia (OSCE) está usando cães farejadores para buscar restos das vítimas. Mas eles tiveram de abandonar um dos locais de busca por conta dos enfrentamentos.
O voo havia saído de Amsterdã e por isso a maioria dos mortos é de nacionalidade holandesa.