Assad: coalizão "informa" Síria sobre ataques ao EI

O presidente sírio acrescentou, em entrevista à BBC, que seu país não vai se unir à coalização internacional porque não quer uma aliança com países que apoiam o terrorismo

10 fev 2015 - 06h36
(atualizado às 08h30)
Foto divulgada pela agência de notícias estatal mostra o presidente sírio, Bashar al Assad, durante entrevista à BBC em Damasco
Foto divulgada pela agência de notícias estatal mostra o presidente sírio, Bashar al Assad, durante entrevista à BBC em Damasco
Foto: AP

O governo de Damasco recebe informações sobre os ataques aéreos da coalizão internacional contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, afirmou o presidente Bashar al-Assad em uma entrevista.

"Às vezes enviam uma mensagem, uma mensagem geral", disse Assad em uma entrevista à BBC na capital síria. "Não há diálogo. Digamos que há informação, mas não diálogo", explicou.

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"Não existe uma cooperação direta", completou, antes de afirmar que as informações chegam ao governo sírio por terceiros.

Damasco aceitou a contragosto a campanha de ataques aéreos contra o EI, iniciada em seu território em 23 de setembro, e criticou em muitas ocasiões a coalizão liderada pelos Estados Unidos por não entrar em coordenação com o governo sírio.

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Segundo o governo, os ataques aéreos não podem derrotar o grupo jihadista enquanto a comunidade internacional não cooperar com as tropas sírias.

Na entrevista à BBC, Assad descartou uma união com a coalizão no combate ao EI.

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"Definitivamente, não podemos, nem temos a vontade nem queremos, por uma simples razão: não queremos uma aliança com países que apoiam o terrorismo".

O comentário parece ser uma referência ao apoio da coalizão a outros grupos rebeldes, que lutam para derrubar Assad, e que o governo sírio classifica de "terroristas".

O presidente sírio afirmou que as autoridades americanas "pisam com facilidade na legislação internacional, que envolve a nossa soberania. Então, eles não falam conosco e nós não falamos com eles".

Desde o início do conflito sírio em março de 2011, mais de 210.000 pessoas morreram no país.

Os grupos de defesa dos direitos humanos acusam o exército sírio de matar civis de maneira indiscriminada em seus ataques aéreos, com o uso de barris carregados de explosivos.

Assad negou que o exército do país utilize barris de explosivos e estilhaços, que seriam lançados por helicópteros em ações devastadoras para a população civil.

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"Temos bombas, mísseis e balas. Não há armas indiscriminadas. Quando você atira, você aponta para os terroristas com o objetivo de proteger os civis", explicou.

Assad também negou o uso de armas químicas contra a população civil em agosto de 2013, em um ataque na região de Damasco que matou 1.400 pessoas.

"Quem verificou quem jogou gás em quem?", questionou. O presidente sírio negou categoricamente uma responsabilidade do governo neste ataque e chamou de "exagerado" o balanço de mortos.

Também negou o uso por parte do governo de gás de cloro, outra acusação recorrente desde que a Síria renunciou ao arsenal químico após um acordo em 2013.

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