Atiradores de uniforme militar invadiram o conselho da cidade e o tribunal de Samarra, no norte do Iraque, nesta terça-feira, ocupando as instalações durante quatro horas até que a polícia e o exército tomassem o complexo, informaram o prefeito e autoridades policiais.
Quatro policiais foram mortos nos combates, assim como três civis que visitavam o conselho da cidade e foram alvejados quando forças de segurança iraquianas abriram fogo para retomar o local, disse um oficial de alta patente da polícia.
Outras 47 pessoas foram feridas, incluindo 30 soldados e policiais, de acordo com funcionários do hospital de Samarra. O vice-presidente do conselho municipal, Ammar Ahmed, e um segundo membro foram feridos.
"A polícia e o exército iraquianos conseguiram liberar o edifício", declarou Mahmoud Khalaf, prefeito de Samarra. "A situação está sob controle".
Três combatentes, que haviam se escondido no prédio do conselho, detonaram seus coletes de bomba ao invés de se render, disse Khalaf.
Os três haviam invadido a área depois que um quarto se explodiu na entrada do complexo, que é isolado por paredes anti-explosivos, disse o tenente de polícia Dhafir Ahmed.
Dois policias corriam para ajudar quando um carro estacionado explodiu seu veículo a cerca de 200 metros do local. Atiradores tinham tomado o segundo andar e o telhado do conselho.
As baixas poderiam ter sido maiores, mas muitos funcionários estavam em uma reunião com o prefeito e o governador da província de Salahuddin, do outro lado da cidade, dois policiais afirmaram.
Há tempos Samarra é palco de distúrbios.Em dezembro passado, atiradores tomaram o canal de TV estatal em Tikrit, a capital da província de Salahuddin. Os combatentes empregaram táticas similares àquelas usadas em Samarra nesta terça.
Insurgentes islâmicos sunitas vêm recuperando terreno no Iraque no último ano, e nas últimas semanas ocuparam várias cidades.
O ano passado foi o mais sangrento do Iraque desde que a violência sectária começou a arrefecer em 2008, com quase 8 mil civis mortos. Mais de 700 pessoas morreram em meio à violência no país em fevereiro, disse a ONU na semana passada.
O primeiro-ministro Nuri al-Maliki diz que essa intensificação é um resquício da guerra civil na vizinha Síria, mas críticos dizem que suas próprias políticas são igualmente culpadas por ressuscitar uma insurgência que chegou ao auge entre 2006 e 2007.