Ataque do Estado Islâmico deixa 34 mortos no Afeganistão

Atentado aconteceu no começo da manhã na entrada do Banco de Cabul, em Jalalabad, quando dezenas de pessoas encontravam-se no local para receber seus salários

18 abr 2015 - 08h47
(atualizado às 09h38)
Atentado do grupo Estado Islâmico deixou ao menos 34 mortos na cidade de Jalalabad, no leste do Afeganistão,
Atentado do grupo Estado Islâmico deixou ao menos 34 mortos na cidade de Jalalabad, no leste do Afeganistão,
Foto: Parwiz / Reuters

O grupo terrorista Estado Islâmico (EI) assumiu o atentado suicida que deixou neste sábado 34 mortos e uma centena de feridos na cidade de Jalalabad, no leste do Afeganistão, a primeira ação que a organização jihadista comete neste país.

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"Quem assumiu o mortífero atentado de hoje em Nangarhar? Os talibãs não fizeram isso. O Daesh (acrônimo em árabe do EI) o assumiu", disse o presidente afegão, Ashraf Ghani, em discurso transmitido pela televisão.

Horas antes, o EI tinha reivindicado o atentado em uma mensagem enviada para a agência local "Pajhwok" por Shahidula Shahid, ex-porta-voz do principal grupo talibã paquistanês, o TTP, do qual foi expulso no final do ano passado por expressar seu apoio ao EI, e que agora ocupa o posto de representante regional do grupo jihadista.

O atentado suicida aconteceu no começo da manhã na entrada do Banco de Cabul, em Jalalabad, capital da província de Nangarhar, quando dezenas de pessoas, incluídos funcionários do governo, encontravam-se no local para receber seus salários.

O presidente afegão afirmou que este tipo de ação, somadas a outras reivindicadas pelo EI no Afeganistão durante os últimos meses, como "decapitações e sequestros", são "sinais de um novo tipo de guerra" no país asiático e uma "grave ameaça".

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"A luta contra esta guerra é nossa obrigação coletiva", declarou o presidente afegão.

Um porta-voz dos talibãs, Zabihullah Mujahid, condenou o sangrento ataque em Jalalabad, e outro atentado sem vítimas, também cometido hoje na mesma cidade, por meio de sua conta oficial no Twitter.

"Nesta manhã duas bombas atingiram civis em frente a um templo e a um banco em Jalalabad. Condenamos e negamos nossa participação em ambos os ataques", disse Mujahid.

Gani pediu aos talibãs, que enfrentam o governo central desde que foram derrubados do poder pelos americanos em 2001, que deixem de lado suas "diferenças políticas" com o Executivo, pois "são afegãos e deveriam estar do lado dos afegãos".

"Faço uma chamada aos talibãs. Hoje é o dia no qual podem escolher com quem querem estar. Se se consideram afegãos então venham e permaneçam ao lado de seu governo. Se são fantoches dos estrangeiros (EI), então vão com eles. A nação afegã sabe como lidar com os traidores", sentenciou Gani.

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Nos últimos meses o Estado Islâmico foi acusado de cometer várias ações insurgentes no Afeganistão, como a decapitação na sexta-feira de quatro civis na província de Ghazni e o sequestro em vários pontos do país de membros da minoria étnica hazara e de muçulmanos xiitas.

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