Ataque em sinagoga deixa ao menos quatro mortos em Jerusalém

Ao menos quatro mortos e seis feridos durante ataque com facas, machados e pistola realizado por dois palestinos

18 nov 2014 - 08h11
(atualizado às 12h35)
Dois palestinos podem ter atacado a sinagoga em "vingança" à morte de motorista enforcado nesta segunda-feira
Dois palestinos podem ter atacado a sinagoga em "vingança" à morte de motorista enforcado nesta segunda-feira
Foto: Ronen Zvulun / Reuters

Ao menos quatro israelenses morreram e seis ficaram feridos nesta terça-feira em um ataque a uma sinagoga em Jerusalém cometido por dois palestinos que foram mortos pela polícia.

O ataque aconteceu em uma sinagoga do bairro de Har Nof, em Jerusalém Ocidental. Segundo fontes médicas, oito pessoas ficaram feridas - algumas delas em estado grave - quando dois homens, aparentemente palestinos de Jerusalém Oriental, entraram na sinagoga armados com uma faca, um machado e uma pistola e atacaram os que estavam rezando, em dois lugares diferentes, antes de serem abatidos pelos policiais.

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A polícia está investigando o que considera um ataque terrorista, o segundo mais grave em Jerusalém desde o fim da Segunda Intifada.

"Dois terroristas entraram na sinagoga do bairro de Har Nof. Atacaram com um machado, uma faca e uma pistola. Quatro pessoas que estavam rezando morreram. A polícia chegou ao local e matou os terroristas", explicou Luvba Samri, porta-voz da polícia, para a imprensa.

Ataque deixou ao menos seis pessoas feridas, segundo fontes médicas
Foto: Ammar Awad / Reuters

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o ataque é o "resultado direto" da incitação feita pelo presidente palestino Mahmud Abbas. "Isto é o resultado direto da incitação feita pelo Hamas e por Abu Mazen (Abbas), incitação que a comunidade internacional ignora de maneira irresponsável", afirma em um comunicado.

Os grupos Hamas e Jihad Islâmica, as duas principais forças islamitas palestinas, elogiaram o atentado contra a sinagoga.

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O ataque, o mais violento dos últimos anos na Cidade Sagrada, "é uma resposta ao assassinato do mártir Yusef Ramuni", um motorista de ônibus palestino encontrado morto na segunda-feira em seu veículo em Jerusalém Ocidental, afirmou o Hamas em um comunicado.

Os palestinos consideram uma provocação as visitas nas últimas semanas de extremistas judeus ao local sagrado da Esplanada das Mesquitas, cenário de tensão nos últimos dias.

A Jihad Islâmica considerou o ataque à sinagoga uma "resposta natural aos crimes do ocupante".

Palco de tensão em Jerusalém

Jerusalém vem sendo palco de uma crescente tensão desde que três extremistas judeus mataram uma criança palestina em julho, no lado Oriental, como vingança pelo assassinato de três estudantes israelenses que pediam carona perto dos assentamentos de Gush Etzion.

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Quatro israelenses foram mortos em sinagoga de Jerusalém
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Desde então, ocorreram protestos, enfrentamentos entre a polícia e jovens palestinos, além de ataques de colonos israelenses e cidadãos palestinos nos bairros árabes e no centro velho da cidade.

A situação se agravou há um mês, quando um palestino matou duas pessoas - entre elas um bebê de três meses e uma mulher equatoriana - ao atropelar as pessoas que esperavam pelo transporte público na linha que divide a cidade.

Uma semana depois, em Jerusalém Ocidental, um suposto atirador palestino alvejou e deixou gravemente ferido um rabino ultranacionalista judeu, que defende a mudança do status da Esplanada das Mesquitas, o terceiro lugar mais sagrado do Islã.

Os rumores sobre essa possível mudança - negada pelo governo israelense -, junto com as restrições de acesso impostas por Israel aos muçulmanos e o constante aumento da presença de ultranacionalistas judeus escoltados pela polícia, são alguns aspectos que alimentam a tensão na cidade.

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Apenas sete dias depois da tentativa de assassinato do rabino, que se recupera de seus ferimentos em um hospital, um segundo motorista suicida palestino matou duas pessoas - entre elas um guarda de fronteira - em outra tentativa de atropelamento no limite que divide Jerusalém em sua parte Oriental e Ocidental.

O ataque de hoje, assim como os outros, foram elogiados pelos movimentos radicais islâmicos palestinos, como o Hamas e a Jihad Islâmica, que afirmaram se tratar de "uma resposta lógica às políticas israelenses e à ocupação".

Com informações da EFE e AFP. 

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Fonte: Terra
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