Ataques aéreos atingem Estado Islâmico no Iraque e na Síria

Pelo menos 13 bombardeios foram realizados nesta quarta-feira na fronteira da Síria e do Iraque

24 set 2014 - 10h00
(atualizado às 10h04)
Menino anda entre escombros de prédio destruído durante ataques desta terça-feira
Menino anda entre escombros de prédio destruído durante ataques desta terça-feira
Foto: Ammar Abdullah / Reuters

As forças lideradas pelos Estados Unidos realizaram pelo menos 13 bombardeios aéreos na Síria perto da fronteira com o Iraque nesta quarta-feira, segundo dia de ataque contra militantes do Estado Islâmico, que conquistaram território em ambos os lados da fronteira, informou um grupo que monitora o conflito.

O diretor do Observatório Sírio para os Direitos Humanos, Rami Abdulrahman, disse à Reuters que os ataques atingiram a cidade fronteiriça de Albu Kamal e áreas vizinhas. Já o comando americano encarregado do Oriente Médio e da Ásia Central (Centcom) declarou que dois ataques aéreos foram realizados a oeste de Bagdá, outros dois a sudeste da cidade de Erbil e um quinto foi registrado no noroeste da Síria.

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Segundo a agência de notícias oficial síria "Sana", que entrevistou moradores de Al Bukamal, os ataques foram realizados pelos Estados Unidos e seus aliados ao amanhecer e atingiram a área industrial da localidade.

Meninos observam carro destruído por ataque aéreo de terça-feira dos EUA em Kfredrian, na Síria, segundo ativistas
Foto: Ammar Abdullah / Reuters

O ativista local Mohammed al Jalif disse ontem que os ataques de segunda-feira nesta cidade atingiram a Escola Industrial - uma das bases do EI - e vários depósitos e postos de controle dos radicais.

Os Estados Unidos, com aliados árabes, lançaram bombardeios aéreos contra Estado islâmico na Síria nesta terça-feira. Segundo um porta-voz do Exército norte-americano, aqueles ataques eram "apenas o começo".

A área em torno de Albu Kamal foi o foco de pesado bombardeio das forças lideradas pelos Estados Unidos no primeiro dia de sua campanha aérea. Cerca de 22 ataques atingiram a região na terça-feira.

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Segundo dia de ataques da coalizão

Os novos bombardeios ocorrem um dia depois de Washington dirigir uma série de 16 ataques contra o solo sírio - os primeiros contra este território -, com seus aliados árabes (Jordânia, Bahrein, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos). A França, por sua vez, também participou dos ataques aéreos contra o Iraque.

O Pentágono classificou estas operações de muito bem-sucedidas. Obama saudou a força da coalizão organizada sob sua iniciativa para destruir o EI no Iraque e na Síria, onde este grupo extremista controla amplas zonas.

Espera-se que o presidente americano peça nesta quarta-feira um reforço desta coalizão durante a abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York.

O primeiro-ministro britânico, David Cameron, declarou na terça-feira que seu país, que até agora havia se limitado a entregar armas aos combatentes curdos, não tem outra opção a não ser lutar contra o EI, razão pela qual a imprensa britânica considera que pode considerar participar dos bombardeios.

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Obama também presidirá uma reunião especial do Conselho de Segurança da ONU para adotar uma resolução com o objetivo de reduzir o fluxo de combatentes estrangeiros.

Cerca de 12 mil combatentes estrangeiros procedentes de 74 países teriam se unido às organizações extremistas no Iraque e na Síria, segundo o Centro internacional para o Estudo da Radicalização, com sede em Londres.

A maior parte deles é proveniente de países do Oriente Médio (Arábia Saudita, Jordânia) ou do Magreb (Tunísia, Marrocos), mas o número de europeus aumenta. O coordenador europeu para a luta contra o terrorismo, Gilles de Kerchove, contabiliza cerca de 3.000 pessoas.

Até o momento não há novas informações sobre o destino de Hervé Pierre Gourdel, o guia francês de 55 anos sequestrado no domingo pelo grupo jihadista argelino Jung al-Khilafa, que apoia o EI e que na segunda-feira ameaçou matá-lo se a França não renunciar aos bombardeios no Iraque em um prazo de 24 horas.

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O presidente francês, François Hollande, rejeitou este ultimato e afirmou que a França continuará suas operações no Iraque. "Não cederemos a nenhuma chantagem, a nenhuma pressão, a nenhum ultimato, por mais odioso ou desprezível que seja", disse Hollande em Nova York.

O grupo EI havia convocado na segunda-feira os muçulmanos a matar de qualquer forma cidadãos dos países que integram a coalizão internacional.

Na Austrália, a polícia matou com um tiro um suspeito de terrorismo depois que ele feriu dois agentes apunhalando-os várias vezes.

Com informações da AFP, EFE e Reuters.

Desvendando o Estado Islâmico

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