Ataques jihadistas no Iraque deixaram 9.347 mortos em 2014

Outras 17.386 pessoas ficaram feridas, segundo informou a ONU nesta quinta-feira

2 out 2014 - 10h06
Conflitos no Iraque já deixaram milhares de mortos e feridos neste ano de 2014
Conflitos no Iraque já deixaram milhares de mortos e feridos neste ano de 2014
Foto: Mahmoud Raouf Mahmoud / Reuters

A ofensiva dos jihadistas no Iraque deixou nos nove primeiros meses deste ano 9.347 civis mortos e 17.386 feridos, segundo um relatório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e da Missão da ONU no país (Unami).

O documento, divulgado nesta quinta-feira, revelou que a maioria das vítimas morreram ou ficaram feridas entre 1º de junho e 30 de setembro, quando a ofensiva dos jihadistas do Estado Islâmico (EI) se intensificou.

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O relatório informou que o número de vítimas "pode ser muito maior", pois se desconhece quantas pessoas morreram por causas indiretas ao conflito, como a falta de comida, água ou remédios após abandonarem seus lares e ficarem presas em zonas controladas por EI.

As crianças, as mulheres grávidas, os deficientes e os idosos "foram particularmente vulneráveis".

O relatório também se refere ao número de deslocados internos que, até agosto, chegou a 1,8 milhão de pessoas.

Destes, cerca de um milhão permanecem em áreas controladas pelos jihadistas ou pelo governo central, enquanto 800 mil sobrevivem na região do Curdistão.

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Os dois organismos afirmam que os combatentes do Estado Islâmico cometeram "sérias violações da lei humanitária internacional" e "graves abusos dos direitos humanos" efetuados "de forma sistemática".

Estas ações incluem assassinatos indiscriminados de civis, sequestros, violações e outras formas de abusos sexuais e violência contra mulheres e crianças, destruição e profanação de lugares sagrados, apropriação indevida, e absoluta negação das liberdades fundamentais.

Os membros das comunidades turcomanas, os shabak, os cristãos, os yezidis, os sabanos, os curdos e os xiitas foram especialmente atingidos.

"O EI atacou intencionalmente os membros destas comunidades com a intenção de destrui-los, suprimi-los e fazer uma limpeza étnica nas zonas sob seu controle", denunciou o relatório.

As atrocidades podem ser consideradas crimes contra a humanidade e de guerra, disse o texto.

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Além disso, o relatório denuncia que as Forças de Segurança iraquianas e as forças afins ao exército também cometeram graves abusos e violaram a lei humanitária internacional.

Segundo o texto, foram cometidos bombardeios indiscriminados, "assim como operações militares que violaram os princípios de distinção e proporcionalidade de acordo com a lei humanitária internacional".

"Grupos armados filiados ou apoiados pelo governo também praticaram assassinatos seletivos, incluindo de milicianos do EI capturados, e sequestros de civis", afirmou o relatório.

Desvendando o Estado Islâmico

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