Britânicos concluem operações de combate no Afeganistão

Centenas de militares americanos e britânicos deixarão a região de Helmand em uma data que, por motivo de segurança, não será revelada

27 out 2014 - 09h27
(atualizado às 09h29)
<p>Um soldado americano aguarda para deixar sua base, em Camp Bastion, na província de Helmand, em 25 de outubro</p>
Um soldado americano aguarda para deixar sua base, em Camp Bastion, na província de Helmand, em 25 de outubro
Foto: Omar Sobhani / Reuters

As forças britânicas e americanas da Otan transferiram oficialmente neste domingo o comando da região de Helmand ao exército afegão, com o que os britânicos concluem suas operações de combate neste país depois de 13 anos de conflito.

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A bandeira conhecida como Union Jack deixou de ondular em Camp Bastion, em Helmand, sudeste do Afeganistão, uma região ainda sensível à influência dos talibãs, enquanto que os americanos fizeram a mesma coisa com seu pavilhão no campo adjacente de Leatherneck, fundamental para o comando dos Estados Unidos.

A imensa base, construída no deserto próximo à província de Lashkar Gah, era até agora a missão mais importante da Otan no Afeganistão (Isaf). Em 2010-2011, o momento com maior quantidade de tropas da coalizão no país, possuía 40.000 homens.

Várias centenas de marines americanos e britânicos deixarão Helmand em breve, em uma data que não será revelada por motivos de segurança.

Essa passagem de comando é a última fase de uma operação que começou em fevereiro, quando teve início a retirada dos primeiros homens e equipamento militar.

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Segundo o general dos corpo de marines, Daniel D. Woo, o exército afegão em está em posição de assumir o comando. "Sou razoavelmente otimista sobre o fato de que eles serão autossuficientes", afirmou Woo, comandante da região sudeste.

O general Sayes Malook, que dirige as forças afegãs na região e estabelecerá seu quartel-general na base, explicou que o gigantesco campo se converterá num centro de treinamento militar que abrigará 1.800 soldados.

Muitas das instalações da base, que entre prédios, canalizações e outras infraestruturas, podem chegar a 230 milhões de dólares, ficará em terreno afegão.

Depois da mudança de comando deste domingo, as próximas bases que serão cedidas são as de Kandahar, Bagran, Herat e Mazar-e-Sharif. Dos 140.000 soldados existentes no auge da operação da Otan, hoje restam cerca de 40.000.

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A coalizão continuará se retirando progressivamente nos próximos meses e, por fim, ficará uma força residual de 12.000 soldados, dos quais 9.800 americanos, passada a data limite da Otan para deixar o país, em dezembro de 2014.

No início de outubro, durante a visita do primeiro-ministro britânico David Cameron, o presidente afegão, Ashraf Ghani, agradeceu aos soldados da Otan por seu sacrifício no Afeganistão.

As palavras de Ghani contrastaram com a atitude de seu antecessor Hamid Karzai, que nos últimos anos criticou diversas vezes a Otan e deixou para o sucessor a assinatura de um acordo para a a manutenção, a partir de 2015, de tropas estrangeiras no país, que serão responsáveis por assessorar e treinar as forças afegãs.

Para o novo presidente afegão, a presença da Otan no Afeganistão tornou o mundo um lugar mais seguro. Ghani assinou na ocasião o aguardado acordo com a Otan para a permanência da força residual no país.

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A decisão de Karzai de adiar a assinatura do acordo para depois da eleição presidencial provocou um clima de tensão com Washington.

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