Uma delegação palestina viajará a Damasco para negociar a ajuda aos residentes do campo de refugiados palestinos de Yarmuk, controlado parcialmente pelo grupo Estado Islâmico (EI), informou nesta segunda-feira um responsável palestino.
Ahmed Majdalani, da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), afirmou que a delegação centrará seus esforços em dar segurança e assistência às pessoas residentes no campo.
"Negociaremos com oficiais sírios para que garantam a segurança do corredor humanitário aberto ontem, com o objetivo de fornecer ajuda e tirar os civis para que não se tornem escudos humanos do grupo terrorista Daesh", explicou, utilizando o nome em árabe do EI.
Desde que os jihadistas lançaram um ataque, na quarta-feira passada, contra este campo de refugiados situado no sul de Damasco, centenas de famílias já foram evacuadas.
O EI obteve a rendição de boa parte das forças palestinas em Yarmuk e atualmente controla parcialmente o campo de refugiados.
Segundo Majdalani, que lidera a delegação da OLP, as facções palestinas também discutirão como enfrentar a ameaça do Estado Islâmico.
O dirigente palestino disse que os combatentes do EI pretendem "controlar todo o campo" e usá-lo "como trampolim para atacar a capital, Damasco, por sua posição estratégica".
Após discutir a situação com funcionários de diversos países árabes, Majdalani afirmou: "temos um plano árabe e internacional para deter a violência perpetrada contra nosso povo".
Em um comunicado, a OLP conclamou todos os grupos palestinos para "proteger Yarmuk dos esforços de transformá-lo em um campo de batalha".
O Conselho de Segurança das Nações Unidas solicitou nesta segunda-feira acesso ao campo para entregar ajuda humanitária. O Conselho, integrado por 15 países, pediu que se "protejam os civis do campo" e "assegurem o acesso humanitário à área, provendo assistência e salvando vidas", informou a embaixadora da Jordânia, Dina Kawar, que ocupa a presidência do órgão.
Desde a ofensiva do EI sobre o campo de refugiados, as forças do regime sírio têm utilizado artilharia e bombas de barril contra posições no local, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
Yarmuk, o maior campo de refugiados palestinos na Síria, chegou a abrigar 160 mil pessoas antes da guerra. Hoje restam apenas 18 mil, que enfrentam escassez de comida, água e medicamentos.
O EI, que controla grandes territórios da Síria e do Iraque, não enfrenta apenas as forças do presidente Bashar al Assad, mas também outros grupos rebeldes, incluindo islâmicos radicais e moderados.