Deputado comunista é primeiro candidato às eleições na Síria

Há 50 anos país é comandado pelo regime Assad; eleições ocorrem em 3 de junho

23 abr 2014 - 09h25
(atualizado às 09h25)
<p>Parlamento sírio durante sessão para fixar uma data para a eleição presidencial, em Damasco, em 21 de abril</p>
Parlamento sírio durante sessão para fixar uma data para a eleição presidencial, em Damasco, em 21 de abril
Foto: Reuters

Um deputado comunista sírio será candidato às eleições presidenciais na Síria, algo que não ocorre há 50 anos, período no qual Hafez al-Assad e depois seu filho Bashar foram designados por referendo, informou nesta quarta-feira o presidente do Parlamento.

"O deputado Maher Hajjar, nascido no dia 22 de abril de 1968, será candidato nas eleições presidenciais", afirmou nesta quarta-feira o presidente do Parlamento, Mohamad Lahham, citado pela televisão síria.

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Hajjar, diplomado em línguas pela universidade de Aleppo, é membro desde 1984 do Partido Comunista sírio.

As eleições serão realizadas no dia 3 de junho em plena guerra. Desde março de 2011, o conflito na Síria já deixou mais de 150.000 mortos, um terço deles civis, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), com sede na Grã-Bretanha.

A nova Constituição síria, aprovada em 2012, permite pela primeira vez que vários candidatos se apresentem, mas as condições exigidas limitam consideravelmente seu número, já que o futuro presidente precisa ter vivido na Síria de forma contínua pelos últimos dez anos.

Além disso, todo candidato deverá obter o apoio de ao menos 35 deputados dos 250 do Parlamento, um órgão fiel ao regime. Estes requisitos tornam quase impossível a candidatura de um opositor do exterior, e muito difícil a de um opositor do interior.

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As eleições presidenciais sírias foram classificadas de farsa pela oposição e por várias nações ocidentais. O presidente Assad ainda não anunciou oficialmente sua candidatura.

Entenda os conflitos na Síria: Confrontos começaram em março de 2011, se transformaram em guerra civil e já fizeram milhares de mortos e outros milhões de refugiados

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