O governo alemão recuou nesta segunda-feira de sua firme recusa de usar o termo "genocídio" para descrever o massacre de 1,5 milhão de armênios pelas forças turco-otomanas 100 anos atrás depois da pressão de membros do Parlamento.
Numa importante reversão no maior parceiro de negociações da Turquia da União Europeia e país com grande população turca, a Alemanha se junta a outras nações e instituições, incluindo França, o Parlamento Europeu e o papa Francisco, que usam o termo "genocídio", condenado pelo presidente turco, Tayyip Erdogan.
O porta-voz da chanceler alemã Angela Merkel, Steffen Seibert, disse que o governo iria apoiar a decisão no Parlamento na sexta-feira, declarando o ato como um exemplo de genocídio.
A Alemanha resistiu por muito tempo ao uso do termo, embora a França e outras nações usassem. Mas a aliança governamental de Merkel sofreu pressão de parlamentares que planejavam usar a palavra em uma resolução.
"O governo apoia o projeto de resolução... no qual o destino de armênios durante a Primeira Guerra Mundial serve como um exemplo na história dos assassinatos em massa, limpezas étnicas, expulsões e, sim, genocídios durante o século 20", disse Seibert.
A Turquia nega que os assassinatos, ocorridos numa época quando as tropas otomanas lutavam contra forças russas, tenha constituído genocídio. O país afirma que não houve uma campanha organizada para exterminar armênios e não há nenhuma evidência de tais ordens de autoridades otomanas.